Este terceiro e último ano de Desventuras em Série nos traz a conclusão da saga dos irmãos Baudelaire. O fim se inicia exatamente no gancho do final da segunda temporada, onde após os eventos trágicos no Espetáculo Carnívoro, Violet (Malina Weissman) e Klaus (Louis Hynes) são largados no desfiladeiro dentro do vagão de trailer enquanto Sunny (Presley Smith) é sequestrada por Conde Olaf (Neil Patrick Harris) e sua trupe.
Passado este primeiro sufoco, os irmãos mais velhos terão que resgatar a irmã caçula no alto da Montanha de Mão-Morta e pra tanto será necessário escalar O Escorregador de Gelo (nome do arco e livro aqui adaptado) formado por uma cachoeira congelada. Com uma ajuda inesperada Violet e Klaus descobrem a base da organização secreta C.S.C. e um vínculo inesperado entre Sunny e o Homem com Mãos de Gancho (Usman Ally) surge.
Novos vilões surgem trazendo um pouco do passado de Olaf e um plano mais ambicioso que apenas a fortuna dos órfãos. Ao final deste arco laços são desfeitos e outros são criados e numa fuga pelo escorregador de gelo os Baudelaire acabam indo parar no mar e encontram o submarino Queequeg (em referencia ao personagem de Moby Dick).
A busca pelo item cobiçado pela namorada de Conde Olaf, Esmé Squalor (Lucy Punch) levam todos os envolvidos até A Gruta Gornônea, onde o perigoso fungo Mycelium Medusóide é encontrado. A esta altura a trama está mais intrincada e as mudanças de cenário não são tão aleatórias como no começo. O fungo se torna elemento crucial na trama daqui pra frente e cada vez mais descobrimos o passado da organização secreta e de como Lemony Snicket (Patrick Warburton) não é apenas um narrador mas de fato um personagem nesta narrativa.
O Penúltimo Perigo começa na mesma praia onde os Baudelaire recebem a trágica noticia da morte de seus pais mas ao invés de acompanhar Paul (K. Todd Freeman) eles resolvem ir com Kit Snicket (Alison Williams) para o Hotel Desenlace onde vários personagens já conhecidos são convocados para tentar ajudar o orfãos, que a princípio tem que se disfarçar de concierges do Hotel para descobrir qual dos dois gerentes gêmeos é o confiável Frank ou o malvado Ernest (interpretados por Max Greenfield).
Após muita discussão, lavagem de roupa suja, segredos do passado vindo a tona e mais um incêndio criminoso, Baudelaires e Conde Olaf são obrigados a fugir juntos num barco e chegam numa ilha remota onde O Fim, irá acontecer, sem antes eles terem que lidar com um líder muito estranho entre os náufragos.
A série transita sempre entre a comédia absurda pastelão e um drama melancólico, e pra quem já chegou até aqui se acostumou com isso. Os efeitos especiais parecem ter melhorado nesta parte final e as pontas soltas sobre o passado dos pais dos Baudelaire, Conde Olaf e a C.S.C. são amarradas. Também há uma suavização em relação a conclusão dos livros, que deixa em aberto o final dos órfãos, aqui a Netflix insere um pequeno epílogo para deixar as coisas mais claras e otimistas.
No final das contas a série entretêm e diverte, não se estendendo mais do que o necessário, deixando o público sempre atento e sendo bastante fiel ao material original.
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Um rapaz simples de gosto requintado (ou não). Curto de tudo um pouco (cinema, tv, games, hq, música), bom em particularmente nada. Formado em Letras pela Universidade de São Paulo, mas desde os 14 anos formando um bom gosto musical.
