PUBLICADO EM 14/07/2021

Loki – Temporada 1

 

Loki – Temporada 1

Desde o princípio o grande chefão do Marvel Studios, Kevin Feige, disse que a série Loki seria a mais importante e que traria mais impacto para o futuro do Universo Cinematográfico Marvel, e ao final dos seis episódios onde aprendemos sobre a linha do tempo sagrada e as variantes, entendemos o por quê.

Logo após roubar o Cubo Cósmico em Vingadores: Ultimato, Loki viaja no tempo e espaço sendo surpreendido e preso pela AVT (Autoridade de Variação Temporal), organização burocrática que existe para detectar e conter ramificações do multiverso. As coisas se complicam quando alguém está tentando bagunçar estas possíveis ramificações e a AVT precisa da ajuda do Loki.

Mesmo sendo o vilão e algumas vezes anti-herói, o Loki do MCU sempre foi um dos personagens favoritos do público, e tê-lo de volta com Tom Hiddleston livre leve e solto como protagonista é simplesmente maravilhoso. As partes engraçadas, a ação, o drama, e em todas as facetas que o personagem exige, o ator entrega com perfeição. E tudo melhora com a adição de Owen Wilson como Mobius, agente da AVT que cria um vínculo de amizade com Loki. Qualquer cena com os dois juntos é elevada pra outro patamar, com longos diálogos afiados, que muitas vezes dão um tom teatral pra série.

Outro destaque, como não poderia deixar de ser, é Sophia di Martino como Sylvie, que personifica o conceito da variante, que deve ser muito presente no futuro do MCU. Sua ligação com o personagem principal a princípio parasse acontecer de forma muito rápida mas acaba fazendo sentido, e graças novamente ao talento dos atores, você consegue acreditar nessa conexão.

Apesar de passar por vários cenários grandiosos, toda a trama fica centrada na AVT, que é esteticamente muito bem construída mas não necessariamente bem desenvolvida, assim como Ravona Renslayer (Gugu Mbatha-Raw), deixando ganchos diretos para a segunda temporada, que tem nossa boa fé de acreditar que irá aprofundar mais nessas questões.

É notável a inspiração do seriado em outros que abordam conceitos de viagem no tempo e multiverso como Rick and Morty, inclusive sendo o criador do show Michael Waldron um dos produtores do desenho e claro Doctor Who, que serve de inspiração até para trilha sonora.

A série fala muito do conceito do livre-arbítrio e determinismo, afinal somos capazes de escolher nosso próprio destino, ou tudo se desenrola de acordo com um plano maior? A busca da identidade também está presente, Loki tenta a todo custo tentar entender quem ele de fato é, como conviver com seu jeito ambíguo de Deus da Trapaça e da Mentira e como se aceitar desta forma.

Loki quebra a expectativa ao entregar um final com a presença daquele personagem que está presente em todo e qualquer vídeo de teoria na internet. Depois de WandaVision decepcionar alguns com a ausência de Mephisto ou Doutor Estranho, Loki entrega, de certa forma, aquilo que os fãs vem especulando sobre o grande vilão capaz de viajar no tempo e multiverso, e apresenta aquele com o potencial de ser o próximo Thanos, a grande ameaça a ser combatida no próximo grande filme evento em cinco ou dez anos. Evidente que a série não é feita apenas para os fãs que acompanham tudo, mas mesmo aqueles não inteirados devem ficar no mínimo curiosos pra saber mais sobre ele.

A fala de Feige lá no inicio faz sentido pois é a partir de Loki que realmente se estabelece aquilo que vai moldar todo o MCU daqui pra frente, o Multiverso. É sem dúvida um caminho espinhoso e cheios de incertezas mas que se funcionar abre, literalmente, infinitas possibilidades.

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SOBRE O AUTOR

Vinicius Lunas

Um rapaz simples de gosto requintado (ou não). Curto de tudo um pouco (cinema, tv, games, hq, música), bom em particularmente nada. Formado em Letras pela Universidade de São Paulo, mas desde os 14 anos formando um bom gosto musical.

 

 


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