A última parte de Rua do Medo trilogia de terror da Netflix baseada nos livros de R.L. Stine, vai até o ano de 1666 mostrar a origem da maldição de Sarah Fier e das barbaridades que rondam a cidade de Shadyside.
O cenário nos remete imediatamente a filmes como A Bruxa de Robert Eggers, e a construção do terror da diretora Leigh Janiak se apoia mais no suspense e em cenas que causam nojo e repulsa, do que na violência e jump scares das duas primeiras partes.
Esta é de fato a melhor parte de Rua do Medo, preenchendo todas as lacunas deixadas e com uma boa construção de personagens. Mesmo não sendo nada extremamente surpreendente ou original, é bem executado. Finalmente os comentários sobre a homossexualidade e a intolerância religiosa são abertamente postos na mesa de forma clara, trazendo um pouco mais de relevância pra história como um todo.
O elenco principal do primeiro filme retorna encarnando outros personagens o que também ajuda a melhorar a experiência em relação ao segundo filme, com destaque para Kiana Madeira que carrega bem o papel de protagonista e Ashley Zukerman que finalmente mostra a que veio. A trilha sonora assinada por Marco Beltrami e Anna Drubich funciona muito bem elevando a tensão das cenas na medida certa.
Resolvido todo o mistério por traz da bruxa e das cidades o filme retorna a 1994 para dar fim de vez a história, algo obviamente necessário pra narrativa, mas que no fim das contas soa apenas como um repeteco do primeiro filme, juntando vários assassinos e basicamente o mesmo plano para eliminá-los, apenas mudando o cenário da escola para o shopping, onde mais uma vez o clima Stranger Things toma conta.
A conclusão se dá sem surpresa alguma e ainda deixa uma piscadela pra que caso queira no futuro, possa retornar para esse universo. Entre altos e baixos Rua do Medo é uma bom entretenimento e sabe dosar boas referências pra quem é fã do gênero de terror com sua própria história.
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Um rapaz simples de gosto requintado (ou não). Curto de tudo um pouco (cinema, tv, games, hq, música), bom em particularmente nada. Formado em Letras pela Universidade de São Paulo, mas desde os 14 anos formando um bom gosto musical.
