O desenho do He-Man, assim como seus brinquedos, foram uma sensação durante os anos 80, cativando crianças com magia, uma ciência maluca e suas lições de moral ao final dos episódios. Qual seria então melhor jeito de revitalizar essa franquia para os dias atuais?
A Netflix e a Mattel confiaram a tarefa a Kevin Smith, um dos caras mais nerds no mundo do entretenimento, que decidiu continuar a história da série clássica, e não fazer um remake total. Na trama, uma terrível batalha entre He-Man e Esqueleto deixou Eternia dividida, e os Guardiões de Grayskull se separaram. Agora, muitas décadas depois, Teela precisa reunir esse grupo de heróis e decifrar o misterioso sumiço da Espada do Poder.
O primeiro episódio é um grande quebra pau entre Esqueleto e os Mestres do Universo que defendem o Castelo de Grayskull e funciona como um grande prólogo pra história desenvolvida. É uma tentativa de chamar a atenção do público que nunca antes tinham visto os personagens e tentar fisgar os “véio paia” pela nostalgia.
Daí pra frente a animação subverte muitas expectativas, mudando o protagonismo e deixando de lado o velho maniqueísmo, que seria muito pueril nos dias de hoje. Com a formação de um novo grupo, a velha máxima que creditam ao o filósofo Jean-Jacques Rousseau, “o ser humano nasce bom, a sociedade o corrompe” se faz muito presente. A todos aqueles fãs (se é que realmente existem) que esperavam ver o querido herói musculoso, loiro, bronzeado e de tanga felpuda por mais tempo em tela, terão que se contentar com esta nova perspectiva.
Vários conceitos sobre Eternia e a magia existente nesse mundo são aprofundados, além de ter várias homenagens a personagens clássicos e outros que existiam apenas nos brinquedos. O elenco de vozes originais que conta com nomes como Mark Hamill, Lena Headey, Chris Wood, Liam Cunningham e Sarah Michelle Gellar, parece estar realmente envolvido e entusiasmado com o projeto, o que só melhora a experiência.
A animação em si foi produzida pelo Powerhouse Animation Studios, mesmo de Castlevania, que manda muito bem nas cenas de ação, mas que em outros momentos parece meio truncada. É importante lembrar que está é apenas a primeira parte da animação, que nesses cinco episódios cumpre bem seu papel, sem se alongar muito e com um final surpreendente, deixando um gostinho e quero mais.
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