PUBLICADO EM 25/08/2021

Caminhos da Memória

 

Caminhos da Memória

Caminhos da Memória, nova produção estrelada por Hugh Jackman, presta uma grande homenagem aos longas noir de investigação da década de 1940 e acrescentando um toque de ficção científica.

Na trama do filme Nick Bannister (Hugh Jackman), um investigador particular da mente, ajuda seu clientes a acessar memórias perdidas. Vivendo nos extremos da afundada costa de Miami, sua vida muda para sempre quando ele aceita uma nova cliente chamada Mae (Rebecca Ferguson). Uma questão simples se torna uma perigosa obsessão. Enquanto Bannister luta para desvendar o desaparecimento de Mae, ele descobre uma conspiração violenta.

Este é o primeiro longa-metragem escrito e dirigido por Lisa Joy, cocriadora do seriado Westworld, e é possível traçar alguns paralelos entre seus trabalhos, como o fato das pessoas buscarem um refúgio e conforto para suas mentes de maneiras extremas através da tecnologia. Claro que com muito menos tempo no filme para abordar o tema, isso acaba ficando em segundo plano.

Joy se debruça principalmente na investigação que começa a se apresentar em camadas ao personagem principal. No começo, onde o conceito de revistar as memórias é mostrado, é bastante interessante, e a integração com aquele mundo futurista devastado é promissor, mas o filme não aproveita o ambiente como se deve, diferente de um Blade Runner, por exemplo, já que ambos bebem da mesma fonte.

Há também certas semelhanças com A Origem, de Christopher Nolan, que acaba focando mais na ação, enquanto Joy busca mais o drama, e trabalha com muito mais atenção o casal protagonista. O roteiro sofre com algumas facilitações muito evidentes e tem certos momentos meio bregas. Outro ponto difícil de engolir é a narração em off, que por mais que seja uma das homenagens aos filmes noir, passa dos limites e praticamente não agrega em nada ao que poderia ser simplesmente mostrado em tela.

A fotografia de Paul Cameron, tem alguns momentos interessantes usando planos em contraluz e tendo o desafio ambientar cenas que normalmente seriam de noite durante o dia e vice-versa.

Jackman é bastante competente e consegue entregar tudo o que o roteiro exige, mesmo quando é brega. Fergusson também cumpre bem seu papel de femme fatale misteriosa e Thandiwe Newton, que trabalhou com Joy em Westworld, poderia ter sido melhor aproveitada.

Entre seus defeitos e qualidades, Caminhos da Memória acaba saindo com um saldo positivo, conseguindo entreter com um bom suspense e um ritmo agradável.

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  3.5

 

SOBRE O AUTOR

Vinicius Lunas

Um rapaz simples de gosto requintado (ou não). Curto de tudo um pouco (cinema, tv, games, hq, música), bom em particularmente nada. Formado em Letras pela Universidade de São Paulo, mas desde os 14 anos formando um bom gosto musical.

 

 


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