Desde Jogos Mortais, James Wan vem deixando sua marca no gênero de terror moderno, a ponto de servir de referência para outros cineastas, que começaram a usar (e abusar) do seu estilo de usar jump scares, uma forma mais fácil de arrancar sustos da audiência.
Em Maligno, Wan parece deixar de lado essa sua vertente mais popular e promove uma mescla de estilos diferentes dentro do gênero terror, prestando homenagens a filmes de hospitais com experiências macabras, casas mal assombradas, assassinos em série e suspenses policiais. A princípio isso pode parecer uma bagunça, mas todas essas camadas vão aparecendo aos poucos e por incrível que pareça fazem sentido.
Quanto a trama, esse é aquele tipo de filme que quanto o menos você souber melhor. Se até este ponto você não viu nenhum trailer, continue assim. Apenas a título de curiosidade a sinopse oficial diz “Madison (Annabelle Wallis) é paralisada por visões chocantes de terríveis assassinatos, e o tormento piora quando ela descobre que esses sonhos na verdade são realidades aterrorizantes.”
A protagonista demonstra sua fragilidade e confusão mental ao longo do filme com os acontecimentos traumatizantes e aos poucos vai crescendo e ficando mais determinada de acordos as revelações e reviravoltas acontecem.
Fica claro em determinados momentos que Wan pesa a mão a ponto de deixar certas passagens super caricatas, ficando no limite do aceitável, visto que são homenagens a filmes antigos. Ele também não faz nenhuma cerimônia quanto a violência e ao abraçar um estilo mais trash. E mesmo assim os efeitos visuais são muito bem utilizados.
Um público mais casual pode achar a trama um tanto fantasiosa e torcer o nariz para essa pegada trash, mas ela consegue ser instigante até o final enquanto vai costurando por vários estilos. E em nenhum momento Wan cai na tentação de apelar para algum jump scare, até fazendo piada disso em determinado momento.
O final de Maligno acaba sendo até meio burocrático tendo em vista o tanto que ele buscou fazer algo diferente em sua jornada, mas que sem dúvida não apaga o bom trabalho de Wan.
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