O novo filme da Apple TV+, a ficção científica Finch, traz Tom Hanks como protagonista, isolado numa situação extrema com um companheiro inusitado, parecido com Náufrago (2000). O diretor Miguel Sapochnik, apesar de vasta experiência com série de tv, dirige apenas o seu segundo longa-metragem, mas isso não impede que ele tenha o total controle de seu filme.
Na trama Finch (Hanks) é um engenheiro que sobrevive a um evento cataclísmico que destruiu boa parte do mundo. Ele agora precisa embarcar em uma jornada para encontrar um novo lar para seu cachorro (Seamus) e um robô recém-criado (voz de Caleb Landry Jones) em um mundo perigoso e devastado.
Finch na verdade consegue misturar vários tipos de filmes, ao mesmo tempo que é um road movie, é também um filme de catástrofe, e é possível fazer paralelos com qualquer filme que aborde inteligências artificias e, pasmem, a ligação entre um ser humano e um cachorro. A figura canina é tão importante que ela é até mesmo creditada nominalmente nos créditos, nada mais justo após uma ótima atuação do animal!
O trabalho de voz de Jones como o robô também é muito bom. Quanto mais tempo passamos com o personagem mais nos afeiçoamos a ele, principalmente por conta de suas falhas, que ironicamente o torna mais humano. Isso é aliado com um ótimo trabalho de cgi, que se mescla com efeitos práticos de marionete, sendo praticamente impossível distinguir um do outro.
Mas é claro que a estrela é Tom Hanks, que tem talento e carisma de sobra para carregar as cenas ‘sozinho”. De seus filmes mais recentes, este é sem dúvida o melhor Apesar de sua simplicidade tanto na narrativa quanto no roteiro, o longa é muito eficaz em criar o elo entre seus personagens, e dado o ambiente hostil, sempre há um desafio colocado no caminho, evitando que tudo fique enfadonho.
Por vezes Finch parece ter dificuldade em achar um tom, num momento ele é super leve, se aproximando de um Perdido em Marte, em outros parece muito mais A Estrada, com a impressão de que alguma tragédia pode acontecer a qualquer momento.
Com um final tocante, que pode nos fazer refletir sobre a natureza humana e a finitude da vida, Finch entrega mais do que promete, sendo uma grata surpresa para os fãs do gênero.
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