A Riot Games faz um enorme sucesso no mundo dos games graças a League of Legends, jogo multiplayer online que movimenta milhões de fãs ao redor do mundo. Agora produtora se junta a Fortiche e Netflix para criar a primeira série de animação baseada no universo do jogo.
Em Arcane nós conhecemos a cidade de Piltover, que se divide em duas regiões distintas: o próspero e rico Ladoalto e a pobre e subjugada Subferia. Em meio a intrigas políticas, nós vemos o desenvolvimento da tecnologia Hextec no Ladoalto e crescente consumo da droga Cintila na Subferia, que transforma quem a usa em monstros.
Apesar de ter uma trama super interessante e muito bem construída, o maior trunfo de Arcane é focar sua narrativa nos personagens. No primeiro ato nós conhecemos as irmãs Vi e Powder, moradoras da Subferia que junto com seus colegas vão até Ladoalto para roubar coisas de valor, e acabam se envolvendo com algo muito maior do que elas pensavam. Tudo que ocorre logo no primeiro episódio tem repercussões significativas para a trama, tanto para as personagens principais como para os que estão a sua volta.
Não existe nenhum personagem que seja jogado de lado, todos aqueles que aparecem tem motivo de estar ali. Olhando a primeira vista pela sinopse é fácil achar que estamos diante de uma história maniqueísta, mas existem muitos dilemas morais implícitos, e certo e errado se misturam nas decisões de vários personagens.
Provavelmente se você já jogou o jogo deve achar vários easter eggs ao longo do caminho, mas de maneira nenhuma isso é um pré-requisito, já que o intuito da série é trazer mais fãs para o mundo de LoL. E o resultado não poderia ser mais satisfatório, antes mesmo de você se ver preso na trama, você já terá ficado de queixo caído pela qualidade gráfica da animação. Os designs de personagens, os cenários, a estética steampunk, a fluidez do movimento, as ótimas cenas de ação, as rimas visuais, a utilização dos grafismos na tela, tudo é é impecável.
Até mesmo o formato de lançamento foi um acerto, com três episódios por semana, formando três atos distintos, que completam uma história que consegue ser ao mesmo tempo íntima, sobre uma família despedaçada, e grandiosa, sobre desigualdade social, luta de classes, e questões éticas no progresso tecnológico.
Arcane abre as portas de um mundo fantástico com personagens extremamente bem construídos e desenvolvidos, alcançando com êxito tudo que se propõem e indo além, deixando tanto os fãs de longa data do jogo, quantos os recém iniciados, sedentos pela segunda temporada.
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Um rapaz simples de gosto requintado (ou não). Curto de tudo um pouco (cinema, tv, games, hq, música), bom em particularmente nada. Formado em Letras pela Universidade de São Paulo, mas desde os 14 anos formando um bom gosto musical.
