O Predador é uma das franquias de ação/ficção científica mais clássicas que existem. Iniciada no final dos anos 80, o primeiro filme estrelado por Arnold Schwarzenegger foi um marco para o gênero, inspirando muita coisa que veio depois, contudo nenhuma de suas continuações, reboot ou crossovers, teve o mesmo brilho. Justamente por isso era difícil saber o que esperar de O Predador: A Caçada, mas graças a volta ao básico, o monstrão alienígena ganha um novo respiro.
O longa acompanha uma tribo indígena Comanche há 300 anos, onde uma jovem chamada Naru (Amber Midthunder) é uma habilidosa e destemida guerreira criada nas sombras dos maiores e lendários guerreiros que passaram pelas grandes planícies norte-americanas. Quando uma ameaça ataca seu acampamento ela fará de tudo para proteger sua tribo.
A mudança drástica da época que se passa o filme pode parecer a princípio um pouco absurda, principalmente com a diferença de tecnologia entre os indígenas e o alienígena, mas isso na verdade traz um desafio ainda maior para a protagonista, e é possível notar também que esse Predador é um pouco mais primitivo, com um design um pouco diferente dos anteriores.
O competente diretor Dan Trachtenberg e o roteirista Patrick Aison, não estão interessados em explorar a mitologia da raça alienígena, dar explicações mirabolantes ou reinventar nenhum conceito, eles focam toda sua atenção para a nova protagonista Naru, sua curva de desenvolvimento e aprendizado e na luta pela sobrevivência. Graças a boa atuação de Midthunder, isso funciona, claro que as custas da falta de bons coadjuvantes. Com exceção de Dakota Beavers, que interpreta seu irmão e ganha um pouco mais de destaque, não existe ligação com qualquer outro personagem, a não ser que você conte a cachorra Sarii.
Os efeitos especiais as vezes podem tirar o expectador da imersão, principalmente quando alguns animais selvagens de cgi aparecem em tela, mas o filme ganha muito com os cenários reais, com boa utilização da floresta.
Este é um belo exemplo de que para revitalizar uma franquia é necessário fazer primeiro um bom filme. Parece óbvio, mas existem tantos exemplos de tentativas falhas, que ficam olhando tanto pras continuações que esquecem que criar uma boa e sólida base. Uma boa protagonista, com um objetivo bem definido, um adversário desafiador em um cenário e contexto histórico interessante, sem firulas, direto ao ponto., finalmente honrando o legado da franquia.
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