Lançado em 1993, Abracadabra se tornou clássico das Sessões da Tarde na época de Halloween pra quem cresceu ao longo dos anos 90. Divertido, leve e despretensioso, o longa é muito prazeroso de ser revisitado, mesmo nos dias de hoje.
A sequência, que chega diretamente para o serviço de streaming Disney+, traz de volta as irmãs Sanderson (Bette Midler, Sarah Jessica Parker, Kathy Najimy), que acabam sendo ressuscitadas pelas amigas Becca e Izzy (respectivamente Whitney Peak e Belissa Escobedo), e agora elas precisam impedir que as bruxas aterrorizem Salém novamente e busquem vingança contra o descendente do Reverendo Traske (Tony Hale), que as fez serem expulsas de sua vila ainda crianças.
Abracadabra 2, sofre do mesmo mal que diversas outras produções da Disney atualmente como Malévola e Cruella, que buscam um revisionismo para mostrar que nem todo vilão é tão vilão assim, mas pelo menos nesse caso, as protagonistas sempre tiveram este viés meio bobo e caricato, o que torna a tarefa um pouco mais plausível.
A introdução mostrando as irmãs crianças e suas origens como bruxas é interessante, e as jovens atrizes se esforçam para capturar os mesmos trejeitos de suas personagens, mas quando passamos para os dias atuais e somos introduzidos a nova geração de protagonistas o ritmo parece que fica mais lento e demora a engrenar.
A mensagem sobre a amizade feminina é extremamente relevante, mas acaba se tornando mais interessante do que o filme em si, que apesar de tentar, não tem o mesmo charme do original. Nenhum dos novos personagens consegue de fato cativar o público, e novamente, parece que o longa tem medo de estabelecer reais antagonistas, já que há uma clara tentativa de humanizar as bruxas.
O humor do filme soa um pouco repetitivo, há uma reciclagem de algumas situações do primeiro longa, como elas tendo que improvisar vassouras, ou a cena do número musical. Há também algumas situações do choque com a modernidade, mas que poderiam ser melhor exploradas.
O final tem uma desfecho realmente tocante e muito bonito, e passa uma mensagem good vibes, e apesar de encerrar um ciclo, abre brecha para um novo recomeço, e se o retorno da audiência for positivo, podem esperar novas entradas na franquia.
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Um rapaz simples de gosto requintado (ou não). Curto de tudo um pouco (cinema, tv, games, hq, música), bom em particularmente nada. Formado em Letras pela Universidade de São Paulo, mas desde os 14 anos formando um bom gosto musical.
