Novo filme do diretor e roteirista Noah Baumbach (História de Um Casamento), Ruído Branco, chega ao serviço de streaming da Netflix envolto de certa expectativa, não apenas pelo prestígio do diretor, mas pela obra base, livro homônimo de Don DeLillo, que é extremamente premiada e aclamada.
Na trama, a confortável vida suburbana do professor Jack Gladney (Adam Driver) e sua família é abalada quando um vazamento químico libera uma nuvem negra nociva. Claro que este artifício é apenas uma desculpa para tratar de assuntos mais profundos, como a morte, insegurança e relações familiares.
A grande questão é que esse grande acontecimento, que gera enorme comoção na cidade, é apenas um gatilho para outros temas que mais íntimos, e acaba sendo deixado de lado muito facilmente. Então na verdade acaba sendo uma perda de tempo que acaba não levando a lugar nenhum. Seria muito mais interessante tentar deixar as coisas em um patamar menor.
Várias outras questões também não são muito bem desenvolvidas, como a insegurança do protagonista em seu especialista em Hitler e não saber falar alemão, ou do paralelo criado com Elvis Presley pelo personagem de Don Cheadle, que acaba sendo subaproveitado.
A atuação de Driver é com certeza um destaque positivo, já Greta Gerwig sofre um pouco mais pelo direcionamento que sua personagem tem e o elenco mais jovem pouco tem a acrescentar.
O longa pode estabelecer discussões sobre fidelidade, o mercado farmacêutico e o capitalismo em si, mas certamente as discussões geradas serão muito mais interessantes que o filme em si.
A obra base de fato parece interessante mas a adaptação fica deixando a desejar, não conseguindo costurar os temas e as situação numa trama coesa, que acaba se perdendo um pouco por não ser enxuta e ir mais profundamente nos temas mais íntimos.
Nós estamos no Facebook e você também pode nos achar no Instagram, e Twitter, curta as páginas e fique por dentro do UNIVERSO REVERSO.