Whitney Houston é uma das maiores cantoras de todos os tempos, consagrada pelo sua extensão vocal e seus diversos records nas paradas de sucesso e de vendas. Como não poderia deixar de ser, há inúmeros momentos conturbados em sua vida profissional e pessoal, o que oferece os ingredientes para uma receita de sucesso para uma cinebiografia.
A trama acompanha a jovem Whitney Elizabeth Houston (Naomi Ackie) desde seu começo de carreira cantando na igreja e como backing vocal de sua mãe Cissy Houston (Tamara Tunie), até conhecer o produtor Clive Davis (Stanley Tucci), que ajuda a transformá-la numa estrela do mundo da música.
A grande questão aqui, é que dado o tamanho da artista em questão, o filme parece muito acomodado, seguindo a risca todas as batidas de qualquer cinebiografia musical. Temas como a sexualidade de Whitney, dela não representar a comunidade negra em sua música ou o abuso das drogas são pontuados, mas não de forma tão contundente.
Os grandes momentos do filme são os números musicais, por motivos óbvios, e temos momentos contundentes, como o medley final e na minha modesta opinião, a primeira performance dela na casa de show na frente de seu futuro empresário. Dito isso também é possível se decepcionar com momentos como I Will Always Love You, que sendo um dos grandes hits da cantora, tem uma montagem muito fraca, intercalando momentos de seu casamento com Bobby Brown (Ashton Sanders) e diálogos que só atrapalham a canção.
Em termos de atuação Naomi Ackie está excelente, encarnando Whitney de maneira muito convincente, cantando e dublando também quando necessário. Outro destaque fica por conta do ótimo Stanley Tucci, que aparece em pontualmente, mas consegue transmitir muita calma leveza, algo até destoante quando vemos o padrão do pessoal do ramo corporativo musical.
As passagens de tempo são muito jogadas, o início de sua carreira é resolvido num estalar dedos e depois temos um apanhado dos melhores momentos de sua carreira, sem conseguir se aprofundar na complexidade de sua personagem e suas relações pessoais. O que ajuda nesta progressão entretanto são os figurinos, cabelo e maquiagem, que ajudam nesta marcação de tempo.
Numa safra recente tão grande deste estilo de filme como Rocketman, Estados Unidos vs Billie Holiday, Elvis e Bohemian Rhapsody, que inclusive tem o mesmo roteirista de I Wanna Dance with Somebody, o longa acaba apostando no seguro e caindo numa zona de conforto, que deve agradas os fãs mais fervorosos, mas não chega a altura da grandiosidade da voz de Whitney.
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