Partindo de um conceito completamente maluco, O Urso do Pó Branco traz uma aura de filme b dos anos 80 e 90, onde a natureza, com um empurrãozinho da estupidez humana, se revolta contra a sociedade e toca o terror em seu estado mais bruto de ferocidade.
Inspirado em uma história real, ocorrida em 1985, sobre a queda do avião de um traficante de drogas, um lote de cocaína perdido e o urso negro que a comeu, o filme traz um grupo excêntrico de policiais, criminosos, turistas e adolescentes – todos a caminho ou já no território de uma floresta da Georgia. Lá também vive um urso predador de mais de 220 quilos, que ingeriu uma quantidade impressionante de cocaína. Ele parte para a violência, com uma fúria movida a coca por novas presas e sede de sangue.
Só de ler a premissa ou o título do filme (em inglês Cocaine Bear) é difícil de imaginar algo para ser levado 100% a sério, a única coisa que se espera de fato é ver um urso completamente alucinado atacando pessoas e isso é entregue, e muito bem entregue.
Todos os momentos do Urso fazendo o que faz de melhor, ou seja, estraçalhar pessoas, são muito bons, com um destaque especial pra cena da ambulância, que é bizarramente boa. O CGI na maior parte do tempo é convincente, mas não chega a ser um ponto de grande destaque.
O tom de humor varia entre o ácido, o pastelão e o absurdo, o que provavelmente afaste alguma parte do público, mas a diretora Elizabeth Banks não parece muito preocupada com isso. Inclusive o ponto mais baixo do filme é essa dificuldade de achar o tom certo, pois tem momentos de extrema galhofa e outros que tenta passar uma carga emocional de drama que não parece encaixar.
Existem vários personagens secundários (o principal é o Urso, óbvio), alguns tem melhores desenvolvimentos e histórias mais interessantes que outros, claro que temos a cota que aparece ali só pro urso se divertir.
Se você procura alguma explicação científica dos efeitos da droga no urso e dos motivos dele agir como tal está procurando no local errado. O Urso do Pó Branco entrega o que promete, mas acaba se perdendo em momentos mais mundanos onde esquece do nonsense e tenta se levar a sério demais.
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Um rapaz simples de gosto requintado (ou não). Curto de tudo um pouco (cinema, tv, games, hq, música), bom em particularmente nada. Formado em Letras pela Universidade de São Paulo, mas desde os 14 anos formando um bom gosto musical.
