PUBLICADO EM 11/05/2023

O Amor Mandou Mensagem

 

O Amor Mandou Mensagem

O Amor Mandou Mensagem, filme com distribuição da Sony Pictures no Brasil, é uma comédia romântica baseada no livro “SMS para você” escrito por Sofie Cramer, que tem uma premissa pra lá de estranha e seu maior atrativo seria a presença da cantora Céline Dion, que faz sua estreia no cinema.

Na trama temos Mira Ray (Priyanka Chopra Jonas), que está lidando com a morte repentina de seu noivo e envia uma série de mensagens de amor para o celular antigo dele sem perceber que o número foi transferido para outra pessoa: o novo celular do trabalho do crítico musical Rob Burns (Sam Heughan), que é cativado pela honestidade das lindas mensagens. Quando ele recebe a missão de escrever um perfil da super estrela Céline Dion, ele acaba pedindo sua ajuda para descobrir como conhecer Mira e conquistar seu coração.

É de se esperar que uma pessoa normal quando recebe qualquer mensagem de algum número estranho ignore completamente e apague, ou no mínimo avise o interlocutor que está falando com o número errado. É de se esperar também que uma pessoa minimamente entendida de meios de comunicação saiba que um número inativo ou cancelado acabe sendo passado adiante depois de um tempo pela operadora de telefonia. Mas o nosso casal protagonista está longe de ser normal.

Existem vários fatores aleatórios que deixam o roteiro, que é escrito pelo também diretor Jim Strouse, meio capenga. Por qual motivo exatamente Rob é obrigado a aceitar um novo telefone exclusivo de trabalho? Por que Mira após receber o conselho de conversar com falecido noivo não faz isso como uma pessoa instável normal e tem que escrever as mensagens? E quem diabos em pleno século 21 usa sms e não algum outro app para conversar?

Existe uma ou outra cena engraçadinha, e o uso das músicas da Céline Dion é ok, mas no geral o filme padece com várias cenas que dão vergonha alheia. E não que filmes românticos não possam ser bregas ou clichês, mas aqui a produção parece se levar a sério demais as vezes, ainda mais tentando abordar temas complexos como luto, de uma forma muito mal elaborada.

O casal principal é simpático, e quando o mocinho para de dar uma de stalker e os dois interagem de fato o filme dá uma leve melhorada, mas não muito. A ideia de ter Dion como uma conselheira amorosa é meio jogada de qualquer forma também, mas não é de todo ruim, embora uma análise das situações através de suas letras românticas pudesse ter sido melhor explorada.

Tivemos recentemente em Shazam! Fúria dos Deuses, um product placement da bala Skittles absurdo, e novamente o departamento de marketing deles ataca de forma agressiva, nos proporcionando mais cenas de caráter duvidoso.

O filme parece ter saído diretamente dos anos 90, por conta de seus conceitos batidos e ideias muito mal elaboradas, que podem até funcionar em certo grau na literatura, mas que em sua adaptação cinematográfica ficam extremamente pobres.

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SOBRE O AUTOR

Vinicius Lunas

Um rapaz simples de gosto requintado (ou não). Curto de tudo um pouco (cinema, tv, games, hq, música), bom em particularmente nada. Formado em Letras pela Universidade de São Paulo, mas desde os 14 anos formando um bom gosto musical.

 

 


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