Campeões, novo filme dirigido por Bobby Farrelly, trata-se um remake do longa espanhol Campeones (2018) de Javier Fesser. E apesar de todas os alertas que isso possa acionar, a simplicidade, eficiência e ternura da história funcionam muito bem.
A trama acompanha Marcus (Woody Harrelson) ex-técnico de basquete da liga secundária que, após uma série de erros, é ordenado pelo tribunal a gerenciar um time de jogadores com deficiência intelectual.
Farrelly tem muita experiência com comédias, tendo dirigido junto com seu irmão Peter, pérolas nos anos 90 como Debi & Loide, Quem Vai Ficar com Mary? e Eu, Eu Mesmo e Irene, mas após seu irmão ter sucesso em seus trabalhos solo como Green Book e Operação Cerveja, Bobby se lança em seu primeiro longa metragem solo.
É perceptível algum resquício do humor besteirol com determinadas piadas, mas elas são bem pontuais, o humor está bastante presente nos bons diálogos do roteiro adaptado por Mark Rizzo. Sem falar em outras várias situações que é impossível não dar um sorriso sincero simplesmente por alguma cena fofa. O clima leve e alegre também é composto por boas escolhas musicais descoladas como Vampire Weekend, Dayglow e The Linda Lindas.
Todo o time de basquete é composto por atores com deficiência intelectual de verdade, e todos são muito bons, com destaque para nomes como Kevin Iannucci e Madison Tevlin, que acabam até apagando o brilho de Woody Harrelson, que também está ótimo, mas não chega a ser muito exigido.
O longa sabe usar muito bem os clichês de filmes de esporte e superação, mas sem cair na armadilha de soar apelativo ou muito melodramático, o que facilmente poderia acontecer. Campeões trabalha muito bem a questão da inclusão, mostrando pessoas diversas, com condições de níveis diversos, mas nunca os subestimando.
Envolto de momentos engraçados e comoventes, o longa sabe trabalhar bem seus personagens secundários num roteiro bem amarrado, mostrando que a qualidade do filme pode e deve se igualar a importância da sua discussão fora das telas.
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Um rapaz simples de gosto requintado (ou não). Curto de tudo um pouco (cinema, tv, games, hq, música), bom em particularmente nada. Formado em Letras pela Universidade de São Paulo, mas desde os 14 anos formando um bom gosto musical.
