PUBLICADO EM 06/07/2023

O Crime é Meu

 

O Crime é Meu

O Crime é Meu, nova produção comanda pelo diretor e roteirista francês François Ozon (8 Mulheres, Potiche – A Esposa Troféu), é um ótimo filme de mistério ao contrário, onde descobrir quem cometeu o crime não importa tanto, mas sim as repercussões que pode causar na vida de alguém inocente e oportunista.

Na cidade de Paris em 1930, Madeleine (Nadia Tereszkiewicz), uma atriz jovem e pobre é acusada de assassinar um famoso produtor. Sua melhor amiga, Pauline (Rebecca Marder), uma advogada desempregada, a defende e ela é absolvida por legítima defesa. Uma nova vida de fama e sucesso começa, até que a verdade por trás do crime seja revelada e possa botar tudo a perder.

Tudo segue um tom meio teatral, principalmente no começo, com entradas e saídas de ambientes menores, como o apartamento das protagonistas, mas logo essa impressão é deixada de lado e o longa ganha um pouco mais de escopo, apesar de ainda ser contido.

Seus maiores trunfos são um roteiro com diálogos afiadíssimos e por vezes bastante engraçados, além de ótimas atuações. Existe um nível de trambique e cara de pau nos personagens que remetem a coisas muito próximas a nós brasileiros, como O Auto da Compadecida (2000).

Mesmo sendo muito divertido, o filme não deixa de sempre cutucar a ferida de uma sociedade machista e patriarcal, e o faz de forma muito inteligente, sempre por meio de diálogos rápidos e espertos e figuras que podem soar como caricaturas, mas nunca estão muito distante da realidade.

Sem nunca perder o foco e sem se alongar demais, O Crime é Meu é uma ótima opção para sair do eixo convencional do cinema estadunidense , fazendo boas reflexões e dando ao público algumas gargalhadas ao longo do caminho.

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SOBRE O AUTOR

Vinicius Lunas

Um rapaz simples de gosto requintado (ou não). Curto de tudo um pouco (cinema, tv, games, hq, música), bom em particularmente nada. Formado em Letras pela Universidade de São Paulo, mas desde os 14 anos formando um bom gosto musical.

 

 


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