Uma nova leva de adaptações de games está ganhando as telas dos cinemas e tvs, e cada vez com mais qualidade. Gran Turismo: De Jogador a Corredor, é a mais nova aposta da Sony Pictures e PlayStation Productions para levar uma grande franquia dos jogos para as telonas.
O longa é inspirado na história real do inglês Jann Mardenborough, um jovem que se destacou ao vencer um torneio de Playstation promovido pela montadora Nissan em 2011. Como prêmio, ele teve a chance de competir em uma corrida real contra profissionais e não demorou para obter sucesso e fazer história.
Essa abordagem, seguindo uma história real envolvendo o game, e não uma tentativa de adaptar o jogo em si, é muito bem vinda e interessante, e carrega um peso maior na narrativa, muito embora toda introdução mostrando as dificuldades de Jann (Archie Madekwe) para ser levado a sério e todo o processo dele sair de um gamer para tentar concorrer a uma vaga de piloto é melodramática demais.
Esta questão acaba se agravando um pouco mais pois Madekwe não consegue convencer muito como protagonista. Seu alcance dramático aqui é limitado, e fica ainda mais evidente quando ele está ao lado de David Harbour, que está ótimo em seu papel e também quando contracena com Djimon Hounsou, que faz o pai de Jann.
Os diálogos são bem qualquer nota, pois por mais que Jann tenha características mais introspectivas em nenhum momento ele consegue expressar em palavras toda sua paixão por corridas. Também há várias redundâncias, principalmente quando a cada 20 ou 30 minutos alguém precisa lembrar que “isso não é um jogo isso é vida real”, além de alguns momentos cafonas de provocações entre os pilotos.
Gran Turismo consegue se destacar mesmo onde era mais importante, nas pistas de corrida. Todas as cenas de corrida são muito bem feitas, e em alguns momentos decisivos consegue fazer o expectador mais apaixonado por carros vibrar e torcer junto. São utilizados grafismos na tela para remeter ao jogo e ajudar o expectador e se orientar na corrida.
Existe pouco uso de CGI nas corridas, mesmo nos acidentes, aparentemente grande parte são com efeitos práticos o que é muito reconfortante nos dias de hoje, além de trazer uma grande credibilidade a produção. Afinal de contas, mesmo sendo um grande merchandising nos fim das contas, não que dizer que precise ser mal feito.
Mesmo não sendo um primor de roteiro e diálogos, Gran Turismo acaba divertindo por ser um filme bastante honesto, e focando no que fez o jogo se destacar, na tentativa de passar pro público como é estar na pista dirigindo e compartilhar desta paixão.
Nós estamos no Facebook e você também pode nos achar no Instagram e Twitter, curta as páginas e fique por dentro do UNIVERSO REVERSO.
Um rapaz simples de gosto requintado (ou não). Curto de tudo um pouco (cinema, tv, games, hq, música), bom em particularmente nada. Formado em Letras pela Universidade de São Paulo, mas desde os 14 anos formando um bom gosto musical.
