Gal Costa, uma das maiores vozes da MPB ganha sua cinebiografia com Meu Nome É Gal. Na trama do longa acompanhamos a trajetória da jovem Maria da Graça Costa Penna Burgos (Sophie Chalotte), baiana que viaja para o Rio de Janeiro aos 20 anos de idade e, rebatizada de Gal Costa, se torna figura chave da Tropicália.
Num cenário de ebulição cultural e resistência em meio a ditadura militar, tudo que envolve o começo de carreira de Gal com seus amigos e conterrâneos Caetano Veloso (Rodrigo Lelis), Gilberto Gil (Dan Ferreira), Maria Bethânia (Dandara Ferreira) é muito interessante, mas nada disso é realmente aprofundado.
É até um desperdício com um casting tão bem feito não mergulhar de cabeça no movimento tropicalista, e mostrar seu real tamanho e importância, e não diminuí-lo a uma notinha de jornal. Até porque o movimento ia muito além da música, mas no filme parece não ter tanto peso assim como deveria.
Claro que a produção se propõem a ser uma homenagem a Gal especificamente, e não a todo o movimento tropicalista, mas analisando friamente, o filme pouco oferece em termos de desenvolvimento da protagonista. Ela tem sua resistência ao tentar ser essa voz forte contra os militares, tal qual faziam Caetano e Gil, mas tudo fica meio raso. Até tem uma cena onde Gal se irrita com uma repórter dizendo que não gosta de ter sua privacidade invadida, mas é incrível como no próprio filme dela, a sua imagem como pessoa, ou até como a grande cantora que foi, fica apagada.
A música evidentemente é ótima, e existem algumas montagens com imagens mais antigas que são bem bonitas, mas infelizmente não existe nenhuma grande passagem musical marcante. Sophie Charlotte canta muito bem, mas curiosamente no trecho em que é mostrado “Baby“, um de seus maiores sucessos, colocaram ela dublando a Gal, mostrando uma falta de critério.
Pra quem é fã da cantora, vale a pena conferir, principalmente pelas atuações do elenco, mas um documentário mais aprofundado sobre sua vida e obra, e principalmente sobre o cenário da época, vale bem mais.
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