A franquia de animação Trolls, aparentemente nunca chegou a cair nas graças da crítica e até mesmo de um público mais exigente devido a comparações com outras franquias da Dreamworks, como Shrek, Kung Fu Panda e Como Treinar Seu Dragão, que realmente tem um algo a mais. Comparações um tanto injustas, já que Trolls nunca tentou ser muito mais que um musical infantil divertido.
Em Trolls 3 – Juntos Novamente, acompanhamos Poppy e Tronco, agora oficialmente um casal e conforme se aproximam, no entanto, Poppy descobre que Tronco tem um passado secreto: ele já fez parte da boyband favorita dela, BroZone, com seus quatro irmãos Floyd, John Dory, Spruce e Clay. Eles se separaram quando Tronco ainda era um bebê, assim como a família, e Tronco não viu seus irmãos desde então. Mas quando Floyd, é sequestrado, Tronco e Poppy embarcam em uma jornada emocionante para reunir os outros irmãos e resgatá-lo de um destino ainda pior do que a obscuridade da cultura pop.
Um problema anterior era a falta de continuidade entre os dois primeiros filmes, que são aventura isoladas, e o segundo ainda tenta fazer uma expansão de mundo interessante com várias espécies de Trolls que preferem gêneros musicais diferentes. Neste longa temos alguns elementos do primeiro filme que retornam, como os personagens Bridget e Gristle. Mas nada do que aconteceu no segundo filme importa aqui, e praticamente todos os personagens secundários anteriores somem, dando espaço para uma espécie de retcon no passado do Tronco, com a presença dos seus irmãos que ocupam os papéis secundários.
Uma coisa que sempre chamou atenção nos filmes são os designs de personagens, a princípio meio esquisitinhos, mas que vão cativando com o tempo, mas além disso toda a textura deles, que parecem ser feitos de tecido, assim como vários elementos de cenário. Existe aqui uma passagens psicodélica onde há uma troca de estilos na animação que é bem divertida, e inclusive podia ser ainda mas doida, mas ainda sim é muito bem feita.
A sessão exibida para impressa era dublada, e o elenco de vozes manda muito bem, inclusive nas músicas evidentemente, e fica um destaque especial para Larissa Manoela, que dubla Viva, irmã perdida de Poppy. Mas uma decisão do estúdio é intrigante, algumas músicas estão em inglês, apenas com legendas em português, e outras foram dubladas em português, e o critério não parece ter ficado muito claro. Inclusive a canção carro chefe do longa Better Place, que reúne o NSYNC novamente após 20 anos, tem sua versão em português e depois em inglês.
Com uma boa seleção musical, e com um pouquinho de nostalgia pra quem cresceu nos anos 90, no auge das boybands, Trolls 3 apresenta uma aventura simpática, sem se comprometer muito, vilões caricatos, um final pra cima, sem grandes traumas, boa opção para levar a família e se divertir sem compromisso.
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Um rapaz simples de gosto requintado (ou não). Curto de tudo um pouco (cinema, tv, games, hq, música), bom em particularmente nada. Formado em Letras pela Universidade de São Paulo, mas desde os 14 anos formando um bom gosto musical.
