PUBLICADO EM 09/01/2024

Chama a Bebel

 

Chama a Bebel

Chama a Bebel é um filme que claramente busca falar com o público jovem, ser inclusivo e levantar pautas de sustentabilidade, que são ótimos objetivos, mas não são apenas com boas intenções que um bom projeto é feito.

Como diz a sinopse oficial divulgada, Bebel (Giulia Benite) é uma jovem cadeirante que mora com sua mãe (Larissa Maciel) e o avô (José Rubens Chachá) nas margens de uma rodovia. Ela se muda para cidade grande para poder estudar em uma nova escola, onde enfrenta muitos desafios para tentar se adaptar, incluindo sua tia (Flavia Garrafa). Inspirada na ativista ambiental Greta Thunberg, Bebel se torna uma líder na escola e seus projetos acabam incomodando um empresário da cidade, que possui um negócio nada sustentável.

Começando pelo fato da protagonista ser cadeirante, logo de cara, ela deixa claro que isso não é um empecilho e o não muda nada o jeito que ela é, e de fato isso é verdade mas ao mesmo tempo acaba sendo uma abordagem superficial de um tema tão importante. Ao dar visibilidade e representatividade, você também cria responsabilidade sobre o tema, que é muito mal explorado.

O filme foca todos os seus esforços no tema da sustentabilidade, e a motivação da protagonista seria ela ser fã da ativista Greta Thunberg, ao ponto de ter fotos dela coladas na parede do seu quarto, mas isso nunca é explicado de forma satisfatória. Qual a motivação PESSOAL dela querer salvar o mundo e e deixar o planeta um lugar melhor? Esse tipo de construção simples faz falta para criarmos simpatia pela personagem e suas causas.

Todo o núcleo escolar parece uma versão duvidosa de Malhação e RBD, com uniformes descolados e coloridos, com direito e gravatas e coletes. As atuações seguem o mesmo estilo das novelinhas da Globo e SBT, a nível de entretenimento é ótimo para algumas risadas involuntárias, mas a nível de dramaturgia, deixa a desejar. Isso passa muito pela direção de Paulo Nascimento, que precisaria ter direcionado melhor seu jovem elenco.

Talvez se Chame a Bebel fosse uma minissérie ou uma nova temporada de Malhação teria mais êxito em seu propósito, mas como filme não funciona como esperado infelizmente.

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SOBRE O AUTOR

Vinicius Lunas

Um rapaz simples de gosto requintado (ou não). Curto de tudo um pouco (cinema, tv, games, hq, música), bom em particularmente nada. Formado em Letras pela Universidade de São Paulo, mas desde os 14 anos formando um bom gosto musical.

 

 


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