Este que vos escreve é fã das antigas de Turma da Mônica, quando criança, acompanhei os quadrinhos ao longo dos anos 90, publicados na época pela Editora Globo. Dito isso, nunca acompanhei a Turma da Mônica Jovem, que estreou em 2008 em gibis que remetiam aos mangás.
O filme em si, Turma da Mônica Jovem: Reflexos do Medo, é uma expansão dos projetos audiovisuais que tiveram inicio com Turma da Mônica: Laços (2019), que rendeu uma continuação em 2021 e uma série em 2022. A ideia é reformular tudo, com um novo elenco mais velho e outras pessoas na produção e direção. Daniel Rezende, que dirigiu a produziu os projetos anteriores com muita competência, não é creditado em nada, e faz muita falta aparentemente.
Na trama, quando Mônica (Sophia Valverde), Cebola (Xande Valois), Magali (Bianca Paiva), Cascão (Theo Salomão) e Milena (Carol Amaral) descobrem que o Museu do Limoeiro será leiloado, decidem se unir para salvá-lo. Enquanto investigam o que está acontecendo, eles se deparam com segredos assustadores do bairro do Limoeiro.
O ponto de partida do filme é meio estranho, pois o filme sendo voltado para o público brasileiro, é difícil alguém que não conheça os personagens, mas independente disso o longa não faz um grande trabalho na apresentação deles. Mas o problema maior é quando somos apresentados a grande ameaça, que seria o vilão chamado de Cabeça Balde. Vilão esse que por uma rápida pesquisa feita, nunca apareceu de fato nas histórias da Turma da Mônica Jovem, apenas nas revistas normais da turminha. Até ai nenhum problema, mas isso aponta pra algo que ao longo do filme fica evidente, tudo fica meio bobo, que poderia muito bem ter sido direcionado para a turma mais jovem.
Toda essa mudança para um elenco mais maduro parece não fazer sentido, pois a história parece infantilizada, e isso não tem haver com os elementos fantásticos que são introduzidos, mas como as coisas são conduzidas. A ligação entre a turma, os mistérios sem sentido, e algumas atuações meio duvidosas. Mateus Solano, por exemplo, que interpreta Licurgo, apesar de ser bom ator, parece completamente fora de tom com o resto do filme, sendo extremamente caricato, até no seu visual. Para dizer algo positivo do elenco principal, o Cascão de Theo Salomão parece o melhor encaixado, sendo um bom alívio cômico.
A parte técnica também deixa a desejar, a montagem por exemplo é muito confusa, unindo cenas desconexas, passagens de tempo feitas de qualquer forma, e personagens que vão de um lugar pro outro num piscar de olhos sem muito critério. A direção de Mauricio Eça também é pouquíssimo inspirada.
O roteiro é uma salada de frutas que mistura vários elementos e que devem ser mais trabalhados em futuros filmes (a intenção seria fazer uma quadrilogia), mas que acabam ficando meio jogados de qualquer forma aqui, assim como vários personagens secundários. Existe muito potencial para ser explorado, mas infelizmente não foi dessa vez, quem sabe numa próxima.
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