O Mal Que Nos Habita, filme de terror argentino, que teve sua estreia mundial durante o Festival de Toronto em 2023, vem chamando atenção internacionalmente desde então com ótima repercussão.
O filme acompanha dois irmãos (Ezequiel Rodríguez e Demián Salomón) que encontram um homem possuído por um demônio, prestes a dar à luz ao mal que carrega, em uma aldeia remota. Na tentativa de se livrar do homem misterioso que os coloca em risco, eles acabam ajudando a libertar o que ele aprisiona.
Todo o começo do filme segue aquele ditado “no creo en brujas pero que las hay las hay” (eu não acredito em bruxas, mas que existem, existem), e não por deixar o espectador em dúvida se a ameaça é real ou não, mas pelo ceticismo dos personagens em admitir que realmente a possessão é algo real, mas com aquele pé atrás e tendo que lidar com o que está acontecendo e suas possíveis consequências.
Existem cenas realmente nojentas, no sentido literal da palavra, com muito pus, gosma e sangue, tudo que temos direito, além daqueles momentos chocantes em que o espectador vai antecipando o que pode acontecer mas quando acontece a única reação é “não é possível”.
Por trás de tudo isso, temos uma história muito consistente, sobre um homem amargurado, que perdeu todo contato com sua família por seus próprios erros, e agora tenta a todo custo os ter de volta. Na verdade o próprio filme pode ser uma alegoria a essa situação, e o fato de tudo ser tão cru e pesado mostra que realmente nem tudo tem um final feliz.
A maquiagem e alguns efeitos práticos são ótimos, mas quando é necessário uso de alguns efeitos especiais, ai vemos o orçamento limitado do filme. Existe uma ou outra coincidência no roteiro, mas nada que apague o frescor que ele traz para o gênero de filme de possessão.
O Mal Que Nos Habita não usa jumpscares como muleta, muito comum nos filmes atuais, mas constrói uma atmosfera que nos deixa desconfortáveis, com cenas fortes e chocantes, tudo que poderíamos querer de um bom filme de terror.
Nós estamos no Facebook e você também pode nos achar no Instagram, e Twitter, curta as páginas e fique por dentro do UNIVERSO REVERSO.