Chegamos ao quarto filme da franquia Kung Fu Panda, onde podemos ver novamente o carismático panda guerreiro em ação, mas com uma clara percepção de que as coisas mudam, então este seria um ponto de recomeço para franquia.
Nesta nova sequência, Po (Jack Black/Lúcio Mauro Filho) é designado a se tornar o Líder Espiritual e deverá escolher um novo Dragão Guerreiro. No entanto, o corajoso panda se depara com uma nova vilã, a Camaleoa (Viola Davis/ Taís Araújo), que deseja obter o Cajado da Sabedoria, que daria à personagem o poder de convocar todos os mestres vilões. Caberá ao Po combater essa força maligna, desta vez com a ajuda da esperta e traiçoeira raposa Zhen (Awkwafina/ Danni Suzuki).
Po sempre se questionou sobre seu papel como Dragão Guerreiro e finalmente quando ele está confortável com sua posição, Mestre Shifu (Dustin Hoffman) o obriga a achar um substituto, esse é o tema central do filme, mudanças, aceitá-las e abraçá-las da melhor maneira possível. O curioso é que no geral o filme não tenha nada de diferente em relação aos demais, é mais uma aventura do personagem com uma boa mensagem no final.
O grande diferencial é a nova personagem, Zhen, que tem uma boa química com Po, e garante boas cenas de ação com lutas em dupla usando técnica bem distintas, já que um é grande e desengonçado e a outra é rápida, leve e furtiva. Para o descontentamento dos fãs talvez, os 5 furiosos realmente são limados completamente do filme. No começo é apenas mencionado que eles estão ausentes em missões, e já praticamente nos créditos eles aparecem, mas nem fala tem. Por um lado é bom que sobra espaço para a nova personagem e não ficam sobrando com tramas paralelas, mas fica claro que não tinham ideia do que fazer com os personagens. Já a nova vilã tem um poder bastante interessante, embora seja muito mal explorado, e um objetivo bastante genérico.
Quanto a parte gráfica, não há nada que realmente chame a atenção, vale lembrar que este filme teve 85 milhões de dólares de orçamento, praticamente metade dos anteriores que ficavam em torno de 150 milhões de dólares. Portanto não existe nenhuma cena deslumbrante, que encha os olhos, ou que dê aquele passo além em termos de tecnologia ou refinamento estético, eles simplesmente apostam no seguro.
Colocando tudo isso em perspectiva, essa é uma entrada um pouco inferior as demais, e há uma preocupação quanto a qualidade da produção que eles querem entregar a partir daqui, do que adianta apenas entregar mais um filme só para tentar faturar uma grana fácil? Mas independente disso, o personagem ainda tem bastante carisma, e o público alvo, que são as crianças, com certeza vão adorar. Fato é que Kung Fu Panda pode ir muito mais além e explorar seu mundo de forma muito mais criativa, mas isso é algo que vamos descobrir apenas numa futura sequência.
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Um rapaz simples de gosto requintado (ou não). Curto de tudo um pouco (cinema, tv, games, hq, música), bom em particularmente nada. Formado em Letras pela Universidade de São Paulo, mas desde os 14 anos formando um bom gosto musical.
