Glen Powell pode ser considerado uma das estrelas em ascensão em Hollywood. Desde o seu papel secundário em Top Gun: Maverick, ele vem conseguindo mais destaque e protagonismo em longas como Todos Menos Você, o vindouro Twisters, e agora em Assassino Por Acaso, onde também é roteirista e produtor. E aparentemente essa forte envolvimento no projeto deu muito certo, o deixando totalmente a vontade.
Na trama do filme Gary Johnson (Powell) trabalha para a polícia e finge ser um assassino de aluguel para prender aqueles que o contratam. Um dia ele quebra o protocolo para salvar uma mulher desesperada que tenta fugir de um namorado abusivo. O roteiro é escrito também pelo diretor Richard Linklater baseado em um artigo da revista Texas Monthly escrito por Skip Hollandsworth.
Gary começa apenas como um professor de psicologia/filosofia que fazia bicos pra polícia, e a contragosto acaba se vendo tendo que interpretar um assassino de aluguel para conseguir uma confissão do seu contratante. Mas a cada novo contratante ele cria um novo personagem, baseado no que as pessoas esperam de um assassino de aluguel, brincando com seu imaginário. Isso faz com que Powell possa brilhar e se divertir interpretando vários arquétipos diferentes, e essa nem é a melhor parte, porque a maioria desses personagens aparece poucos minutos, mas sim vermos como essa forma de extravasar vai mudando aos poucos Gary, lhe dando mais confiança e uma personalidade mais interessante.
Um dos pontos e virada da trama é quando Gary conhece Madison (Adria Arjona) que quer matar seu marido, mas a conexão deles é tão natural e instantânea que ele consegue dissuadi-la e os dois acabam se envolvendo. A química dos atores é ótima e ficam também o méritos para Linklater que sabe muito bem construir essa narrativa de casais naturalmente, vide a sua excepcional Trilogia do Antes, isso sem nunca deixar a comédia de lado, e aqui é necessário lembrar que ele também dirigiu Escola de Rock, mostrando ter um dos currículos mais versáteis da indústria.
Com um tom bem leve e descontraído, o filme toma algumas liberdades a partir da história real, beirando até alguns bom momentos de suspense, onde simplesmente é impossível não se envolver e querer saber como eles vão sair da situação cada vez mais complexa.
Com alguns personagens secundários apenas funcionais e de alívio cômico, Assassino Por Acaso foca no seu protagonista, não só para que ele consiga mostrar muito do seu talento e carisma, mas fazendo uma boa análise de como as pessoas podem tentar mudar e criar caricaturas de si mesmas, sem isso ser algo totalmente ruim.
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