PUBLICADO EM 03/09/2024

Os Fantasmas Ainda se Divertem: Beetlejuice Beetlejuice

 

Os Fantasmas Ainda se Divertem: Beetlejuice Beetlejuice

Considerado um clássico da Sessão da Trade (pelo menos por mim), Os Fantasmas se Divertem (1988) tinha um charme único, misturando comédia e um pouco de terror, com ótimos efeitos práticos, e pode ser visto como o longa metragem que inicia a fase de ouro de Tim Burton, que na sequência faria Batman (1989), Edward Mãos de Tesoura (1990) e Batman: O Retorno (1992).

Diferente de várias outras franquias, esta ficou quietinha, sem ser revirada ou revisitada até agora, excluindo a animação que foi ao ar entre 1989 e 1991. Esse distanciamento sempre ajuda a fazer a nostalgia falar mais alto, mas será que o filme se justifica para além disso?

Na trama de Os Fantasmas Ainda se Divertem: Beetlejuice Beetlejuice, depois de uma tragédia familiar inesperada, três gerações da família Deetz voltam para casa em Winter River. Ainda assombrada por Beetlejuice (Michael Keaton), a vida de Lydia (Winona Ryder) vira de cabeça para baixo quando sua filha adolescente rebelde, Astrid (Jenna Ortega), descobre a misteriosa maquete da cidade no sótão, e o portal para a vida após a morte é acidentalmente aberto. Com problemas em ambos os reinos, é apenas uma questão de tempo até que alguém diga o nome de Beetlejuice três vezes, e o demônio travesso volte para levar ao mundo seu próprio estilo de caos.

Antes de tudo é preciso dizer que é um grande alívio ver um filme com um visual tão único e cheio de personalidade, é de fato o Tim Burton no seu melhor, com ótimos efeitos práticos, maquiagens e principalmente o stop-motion. As vezes parece que os filmes esquecem que são antes tudo, filmes! Porque tentar fazer um verme de areia gigante em CGI se é possível uma linda animação em stop-motion? Burton cria seu universo próprio do além vida para que esse tipo de coisa possa ser feita e funcione.

Michael Keaton está super a vontade no papel de Beetlejuice, embora pareçam ter suavizado um pouco seu lado “vilão”, já que a verdadeira ameaça é Delores, a personagem de Monica Bellucci. Descobrimos até um pouco mais sobre o personagem, incluindo como ele morreu, mas nada muito aprofundado. Inclusive a própria Delores, é motivada apenas por vingança, e passa o filme todo deixando alguns corpos pra trás mas quase sem proferir uma palavra. Outro grande desperdício é o personagem de Willem Dafoe, que aparece em momentos pontuais, mas a verdade é que se ele não existisse, não mudaria absolutamente nada na trama.

 

O roteiro peca ao ter essas duas tramas paralelas, do mundo dos mortos, e da tentativa de reconciliação entre mãe e filha no mundo dos vivos, e até que tudo se junte o filme demora pra engrenar de fato, e quando faz, não existem grande desafios para serem superados. Existem uma ótima mensagem sobre o comportamento predatório masculino, com manipulação e tentativa de tirar sempre vantagem de alguém que está em uma situação inferior ou fragilizada emocionalmente, algo que a própria Winona enfrentou em Hollywood, mas as resoluções acabam sendo bem simples e óbvias de qualquer forma.

O longa repete muita coisa que já havia funcionado no primeiro filme, e apesar de ser bem feito, poderia ter explorado mais esse mundo dos mortos, expandido sua mitologia, e criado situações mais criativas, e não apenas um visual bonito.

Os Fantasmas Ainda se Divertem, e o público também ainda pode se divertir  se deixando levar por uma boa aventura, muito digna de Sessão da Tarde, no melhor sentido possível.

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  3.5

 

SOBRE O AUTOR

Vinicius Lunas

Um rapaz simples de gosto requintado (ou não). Curto de tudo um pouco (cinema, tv, games, hq, música), bom em particularmente nada. Formado em Letras pela Universidade de São Paulo, mas desde os 14 anos formando um bom gosto musical.

 

 


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