Todo mundo gosta de uma fofoca, uma picuinha, uma boa disputa de poder e não é a toa que séries como Game of Thrones e programas como BBB, fazem tanto sucesso, sobretudo entre nós brasileiros. Agora imagine estar a par de um dos eventos mais antigos e secretos do mundo? É isso que Conclave nos proporciona.
Na trama do longa acompanhamos a escolha de um novo Papa. Após a morte inesperada do atual pontífice, o Cardeal Lawrence (Ralph Fiennes) é encarregado de conduzir esse processo confidencial. Os líderes mais poderosos da Igreja Católica de todo o mundo se reúnem nos corredores do Vaticano para participar da seleção, cada um com suas próprias ambições. Lawrence se vê no centro de uma conspiração, desvendando segredos que ameaçam não apenas sua fé, mas também as fundações da Igreja.
O maior trunfo de Conclave é desmistificar essa escolha como um evento sagrado e justo e mostrá-lo como de fato é, uma briga política e de egos, onde quem tem mais influência e poder acaba levando vantagem. O longa poderia ser algo muito chato na verdade, mas ver essa disputa e os podres dos pretendentes vindo a tona, e como eles são expostos é muito satisfatório.
O diretor Edward Berger, que se destacou muito após o sucesso de Nada de Novo no Front (2022), entrega uma direção muito concisa, aproveitando os muito bem os espaços fechados, que nos dão ainda mais essa sensação de sufoco e angústia.
Angústia também é o sentimento que define bem a posição de Lawrence, que tem uma responsabilidade enorme nas costas de fazer as coisas certas, mas a cada passo que dá ele fica mais perto ainda de ter em seu colo uma responsabilidade ainda maior, sendo que já estava decido a se aposentar. Fiennes está excelente e é um dos favoritos a levar a estatueta de melhor ator no Oscar 2025. O elenco de apoio também é ótimo com nomes como Stanley Tucci, John Lithgow, Lucian Msamati, Sergio Castellitto e Carlos Diehz, nos papeis de outros cardeais com seus próprios interesses e ainda Isabella Rossellini que tem uma participação infelizmente muito pequena.
Mesmo com várias revelações ao longo do caminho o final de Conclave consegue ser ainda mais inesperado e surpreendente. Claro isso é herança da obra base escrita por Robert Harris, mas que o roteirista Peter Straughan (O Espião que Sabia Demais, Frank) manteve em seu roteiro, independente das polêmicas já impostas ao livro e transportadas para o filme.
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