Um épico dramático cheio de ação, que vai direto ao ponto e não deixa pedra sobre pedra, A Mulher Rei, não titubeia em entregar uma experiência intensa e bruta, mas que por vezes falta um polimento, a ponto que faça dele ser algo de fato memorável.
O longa, inspirado em fatos reais, narra a história das Agojie, unidade feminina de guerreiras que protegia o reino africano de Daomé em 1800 com habilidades e uma ferocidade diferente de tudo que o mundo já viu. Nanisca (Vioa Davis), general do exército, terá a ajuda da novata Nawi (Thuso Mbedu), entre outras guerreiras, para combater forças invasoras, enquanto ela treina a próxima geração de recrutas e as prepara para a batalha contra um inimigo determinado a destruir seu modo de vida.
Davis, que além de protagonizar também produz o filme, é o destaque, como não poderia deixar de ser, visto sua entrega e presença de tela, mas isto entretanto não tira espaço para o restante do elenco feminino brilhar. A novata Mbedu, assim como Lashana Lynch e Sheila Atim, formam um elenco de apoio muito carismático e de personalidade forte, algo essencial para complementar a atuação de Davis e não sobrecarregá-la.
A primeira metade do filme é um tanto arrastada, focando mais no treinamento das guerreiras, o que quebra um pouco o ritmo, que vai progressivamente ficando mais intenso, o que ajuda a deixar a sensação final mais positiva.
A diretora Gina Prince-Bythewood, faz um bom trabalho nas cenas de ação, onde você consegue sentir o impacto e dinamismo nas batalhas, e por vez ou outra consegue driblar o escopo não tão grande, para dar a sensação de algo realmente épico, mesmo que em menor escala.
No que diz respeito ao viés histórico da narrativa é onde talvez as pessoas possam torcer o nariz. Ao ser analisado como um produto inspirado em fatos reais, onde se tomam algumas liberdades artísticas, você consegue extrair um ótimo entretenimento, mas se for pegá-lo como algo que se propõem a ser um porta voz de uma parte esquecida da história, como por vezes o marketing do longa faz parecer, ai teremos problemas.
É sempre interessante buscar complementos a uma obra que te instiga, tendo assim uma experiência enriquecida, e com A Mulher Rei não é diferente. O filme se propõem a contar uma boa história de ação, colocando mulheres negras em total destaque, algo realmente incomum em Hollywood, e quanto a isso não há do que reclamar.
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