PUBLICADO EM 20/09/2022

A Mulher Rei

 

A Mulher Rei

Um épico dramático cheio de ação, que vai direto ao ponto e não deixa pedra sobre pedra, A Mulher Rei, não titubeia em entregar uma experiência intensa e bruta, mas que por vezes falta um polimento, a ponto que faça dele ser algo de fato memorável.

O longa, inspirado em fatos reais, narra a história das Agojie, unidade feminina de guerreiras que protegia o reino africano de Daomé em 1800 com habilidades e uma ferocidade diferente de tudo que o mundo já viu. Nanisca (Vioa Davis), general do exército, terá a ajuda da novata Nawi (Thuso Mbedu), entre outras guerreiras, para combater forças invasoras, enquanto ela treina a próxima geração de recrutas e as prepara para a batalha contra um inimigo determinado a destruir seu modo de vida.

Davis, que além de protagonizar também produz o filme, é o destaque, como não poderia deixar de ser, visto sua entrega e presença de tela, mas isto entretanto não tira espaço para o restante do elenco feminino brilhar. A novata Mbedu, assim como Lashana Lynch e Sheila Atim, formam um elenco de apoio muito carismático e de personalidade forte, algo essencial para complementar a atuação de Davis e não sobrecarregá-la.

A primeira metade do filme é um tanto arrastada, focando mais no treinamento das guerreiras, o que quebra um pouco o ritmo, que vai progressivamente ficando mais intenso, o que ajuda a deixar a sensação final mais positiva.

A diretora Gina Prince-Bythewood, faz um bom trabalho nas cenas de ação, onde você consegue sentir o impacto e dinamismo nas batalhas, e por vez ou outra consegue driblar o escopo não tão grande, para dar a sensação de algo realmente épico, mesmo que em menor escala.

No que diz respeito ao viés histórico da narrativa é onde talvez as pessoas possam torcer o nariz. Ao ser analisado como um produto inspirado em fatos reais, onde se tomam algumas liberdades artísticas, você consegue extrair um ótimo entretenimento, mas se for pegá-lo como algo que se propõem a ser um porta voz de uma parte esquecida da história, como por vezes o marketing do longa faz parecer, ai teremos problemas.

É sempre interessante buscar complementos a uma obra que te instiga, tendo assim uma experiência enriquecida, e com A Mulher Rei não é diferente. O filme se propõem a contar uma boa história de ação, colocando mulheres negras em total destaque, algo realmente incomum em Hollywood, e quanto a isso não há do que reclamar.

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SOBRE O AUTOR

Vinicius Lunas

Um rapaz simples de gosto requintado (ou não). Curto de tudo um pouco (cinema, tv, games, hq, música), bom em particularmente nada. Formado em Letras pela Universidade de São Paulo, mas desde os 14 anos formando um bom gosto musical.

 

 


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