A Semente do Mal (Amelia’s Children no original) é um filme de terror e suspense português, produzido, escrito e dirigido por Gabriel Abrantes, que mesmo cheio de boas intenções, consegue emular o pior que há no cinema norte-americano.
Na trama, Edward (Carloto Cotta), ao lado de sua namorada (Brigette Lundy-Paine), decide desvendar os segredos a respeito de sua família biológica, com quem nunca teve contato. No entanto, o que parecia ser uma jornada de descobertas pelo Norte de Portugal rapidamente se transforma em um pesadelo indescritível. Edward logo percebe que os laços que o unem a sua família estão mergulhados em um segredo macabro.
Pouco tempo se perde com um desenvolvimento inicial, Ed consegue facilmente contato com seu irmão através de um aplicativo milagroso e parte para algum lugar muito remoto em Portugal. Com algumas tomadas áreas do carro chegando numa área isolada no meio da floresta, parece que Abrantes tenta buscar referencia em O Iluminado. E claro não há problema algum em buscar boas referencias, mas neste caso o filme ficar sem nenhuma personalidade.
Faria diferença se eles estivessem no interior de Portugal, ou da Escócia por exemplo? Não. Temos algumas interações com pessoas locais que falam português, e algumas músicas portuguesas também, mas o elenco principal fala praticamente o tempo todo inglês, a provavelmente a cena mais marcante com música está tocando Garota de Ipanema, uma música brasileira.
Abrantes parece seguir a mesma linha do estilo de terror de James Wan e seus genéricos piorados. Muita calmaria e do nada um jump scare. Há uma tentativa de construir uma tensão na primeira meia hora do filme, mas ela acaba ficando cansativa e vazia, principalmente por uma falta de aprofundamento dos personagens. Por exemplo, qual o trabalho do Edward? Em determinado momento no meio do filme, após conhecer sua família, sua namorada pergunta o que ele está fazendo, e ele prontamente diz: tentando escrever uma música. Esse seria o trabalho dele? É apenas um hobby? Não sabemos. Essa música serve para algo? Também não.
É criado um ambiente de fato muito estranho e perturbador, mas nunca chegamos a um potencial do que ele pode entregar, parece até que os idealizadores não queriam tanto cruzar certas linhas para não chocar sua audiência e elevar a classificação etária, mesmo tratando de assunto bem controversos é como se fosse um terror leve.
Tudo leva a um final previsível, assim como vários outros filme do gênero, mas sem nem metade do estilo ou carisma, nem mesmo pra uma boa carnificina. Como dito anteriormente, falta personalidade para A Semente do Mal, que mesmo tentando de todo o jeito trazer aflorar suas raízes portuguesas, parece só um filme norte americano genérico.
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