Desde que estreou na Netflix, Cobra Kai é um fenômeno, alcançando o merecido sucesso nunca obtido na plataforma de conteúdo original do Youtube. Agora, com todos os olhares voltados pra si, a pergunta que fica é se ela consegue segurar a onda. E a resposta é sim.
A série começa mostrando as consequências do desastroso final da segunda temporada, e arquitetando como cada um dos personagens principais vai lidar com suas dúvidas, medos e arrependimentos. No final fica até a impressão de que é uma temporada de transição, que estabelece muita coisa que está por vir.
Kreese (Martin Kove) ganha muito mais destaque, tendo diversos flashbacks durante o período em que serviu ao exército, com função não de redimi-lo, mas mostrar a origem de como ele se tornou o que conhecemos. Estabelecido como vilão pleno a partir de agora, há o distanciamento total dele com Johnny Lawrence (William Zabka), que ao longo dos novos episódios finalmente se aceita como sensei do seu jeitão bronco de ser, fazendo total diferença na recuperação de Miguel (Xolo Maridueña).
Do outro lado temos Daniel LaRusso (Ralph Macchio) tendo que se reconectar com as origens de seu karatê enquanto tenta salvar sua empresa, levando sua jornada até o Japão. O roteiro apesar de simples, é habilidoso em não deixar a volta de personagens já conhecidos dos fãs dos filmes apenas como fan service, mas de fato movimentando a trama.
A trama adolescente segue sem nenhuma grande surpresa, mas o arco do Falcão (Jacob Bertrand) é bem mais interessante que o da Sam (Mary Mouser) ou do Robby (Tanner Buchanan) por exemplo.
Apesar de todas as lutas e da nostalgia, um dos pontos principais de Cobra Kai é perceber que o passado ficou pra trás. É importante conhecer e respeitar suas origens, mas se não houver uma reinvenção ou adequação para o futuro, o fracasso é eminente. A cena da assembleia para salvar o torneiro de karatê deixa isso bem claro, a esperança está na nova geração.
Cobra Kai está longe de ser perfeita, há várias facilitações no roteiro por exemplo, mas ela sabe rir de si mesma, sendo empolgante e descontraída. É uma experiência muita prazerosa e de fácil acesso para toda a família, agradando fãs antigos e conquistando novos.
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