Um fenômeno (quase) inexplicável dentro da Netflix, Cobra Kai chega mais viva que nunca em sua quarta temporada, e está bem longe de ter um ponto final, ou de tentar evoluir para algo que ela não é.
Na nova temporada, os dojôs Miyagi-Do, liderado por Daniel LaRusso (Ralph Macchio) e Presas de Águia, liderado por Johnny Lawrence (William Zabka), se unem para derrotar o Cobra Kai do sensei Kreese (Martin Kove) no Torneio Regional de Caratê Sub-18, e quem perder terá que pendurar o quimono. Com Samantha (Mary Mouser) e Miguel (Xolo Maridueña) tentando manter a aliança entre os dojôs e Robby (Tanner Buchanan) apostando tudo no Cobra Kai, o torneio nunca foi tão disputado.
Com a união dos dojôs, Kreese se vê obrigado a retomar a parceria com seu amigo do passado Terry Silver (Thomas Ian Griffith). A volta de Silver, encarada por mim a princípio com todo receio possível, se mostrou uma ótima adição a trama. O vilão totalmente desequilibrado a caricato de Karatê Kid 3 – O Desafio Final, tem ótimas nuances e até faz uma autocrítica sobre seu passado. Sua evolução e dinâmica com Kreese é bastante interessante, se mostrando um ótimo antagonista.
A união de LaRusso e Lawrence era algo que vinha sendo cozinhado desde a segunda temporada, e mesmo agora eles conseguem fazer idas e vindas com a rixa entre eles, que pelo menos está bem mais controlada. Esse resquício de antipatia entre os dois geram ótimas cenas, com direito a montagem de treinamento estilo Rock Balboa e a revanche do duelo entre eles pra saber quem é de fato o melhor lutador.
O equilíbrio parece ser a tônica desta temporada, com a parte dos adultos e dos jovens melhor distribuída, principalmente nas interações entre os dois núcleos. No que diz respeito a parte dedica apenas aos jovens, o núcleo mais fraco na minha opinião, os veteranos parecem mais a vontade em seus papéis, com Maridueña mostrando que é de longe o melhor ator, entregando bem até as parte mais dramáticas de seu personagem. Buchanan, surpreendentemente parece melhor em comparação aos anos anteriores, mas também não tem muito destaque, diferente de Peyton List, que cresce bastante com sua personagem Terry.
Ainda no núcleo jovem a interação entre Hawk (Jacob Bertrand) e Demetri (Gianni DeCenzo) continua ótima. Mas sem dúvidas o ponto baixo é a adição do elenco de Dallas Young como Kenny. Apesar de seu esforço e de seu personagem ter um propósito bem claro e alimentar a trama, sua atuação é péssima, até para os níveis de Cobra Kai. A interação dele com Anthony LaRusso (Griffin Santopietro), que anteriormente havia sido esquecido no churrasco, também não ajuda muito.
As lutas estão muito bem coreografadas e divertidas, com o ponto alto no torneio, que realmente empolga e tem um final surpreendente de certo modo. No meio de toda a cafonice e galhofa, uma trilha sonora animada e uma vibe de novela do SBT com pancadaria, o seriado consegue se sustentar sabendo exatamente o que quer, apelando pra nostalgia na dose certa e entretendo o público novo.
Sem medo de ser brega e conseguindo reparar as coisas datadas da franquia, Cobra Kai segue seu caminho firme e forte com personagens carismáticos, um humor descompromissado, a dose certa de drama e boa ação.
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