Contra o Mundo (Boy Kills World no original), filme dirigido pelo alemão Moritz Mohr com produção de Sam Raimi, privilegia a ação e o visual em detrimento da narrativa.
Quando ainda era pequeno, o jovem Boy (Bill Skarsgård) teve sua família assassinada pela poderosa Hilda Van Der Koy (Famke Janssen), mas sobreviveu surdo e mudo. Ela lidera uma organização, que explora os moradores de cidades em um jogo mortal televisionado. Após treinar anos com o Xamã (Yayan Ruhian), Boy está pronto para ter sua vingança e acabar com a injustiça.
Skarsgård acostumado a fazer mais papéis de vilões, é um protagonista de ação inusitado, com ele não podendo falar ouvimos apenas sua consciência que ele incorpora como uma voz de locutor de vídeo game de jogos de luta. Embora esteja com ótimo físico, ainda é bem alto e desengonçado, e por ter tido uma criação não ortodoxa pelo Xamã, ainda carrega um ar de inocência que contrasta com sua brutalidade.
Existem ótimas cenas de ação, bem coreografadas, mas em alguns momentos cortes demais estragam a experiência fluída da pancadaria, além de muito sangue falso também. De qualquer modo as cenas de ação são brutais, gráficas e estilizadas, e por vezes carregadas de um humor meio nonsense que está presente ao longo de todo o filme. Não existe muito compromisso com a realidade, e isso é um ponto positivo.
A questão do humor pode passar pelo gosto pessoal de cada um, mas é inegável que as vezes a repetição da piada cansa e simplesmente perde a graça, ou algumas coisas simplesmente estão lá só por serem descoladas ou legais, mas sem um motivo ou propósito muito bem definido.
É clara a inspiração em jogos de luta, até mesmo na forma como o longo é arquitetado, como se o protagonista tivesse que passar por fases em arenas de luta, mas novamente e falta de um roteiro melhor elaborada e mais consistente torna a experiência um pouco cansativa no final. A construção de mundo também deixa a desejar, tudo tem um escopo meio limitado para apenas aquela cidade aparentemente, mas nunca fica claro como aquele império funciona.
O final acaba ficando meio deslocado do resto do filme em termos estéticos, pois ele preza tanto por uma estética colorida e absurda de vídeo games para no confronto final ser feito em um corredor cinza sem graça nenhuma. Sem falar que falta também um melhor trabalho de personagens para que o público possa sentir realmente um peso dramático maior.
De toda a forma, Contra o Mundo entrega boa cenas de luta e nonsense, com escolhas criativas interessantes, que acabam funcionando bem na teoria mas deixam a desejar na execução.
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