Sequência do longa lançado em 2020, Enola Holmes 2 consolida de vez uma nova franquia para a Netflix, baseada no universo de um personagem de enorme sucesso como Sherlock Holmes, mas com liberdade para tomar decisões criativas que um adaptação convencional talvez não permitisse.
Na trama, Enola (Millie Bobby Brown) se torna uma detetive de aluguel e assume seu primeiro caso oficial para encontrar uma garota desaparecida, enquanto as faíscas de uma perigosa conspiração acendem um mistério que requer a ajuda de amigos – e do próprio Sherlock (Henry Cavill) — para desvendar.
O primeiro longa é baseado nos livros da autora Nancy Springer, que reimagina o universo ciado por Arthur Conan Doyle, mas já para essa continuação o diretor Harry Bradbeer e roteirista de Jack Thorne decidiram criar uma história original, baseada num caso real, uma escolha inusitada, já que material para adaptar existia de sobra, mas que ao mesmo tempo, tenta trazer um peso maior para a trama, além de ser um frescor para quem já conhecia os livros.
Millie Bobby Brown continua esbanjando carisma e consegue transitar em momentos de ação, drama e cômicos de maneira natural. Toda sua interação com Cavill, que interpreta seu irmão mais famoso, também é ótima, o que ajuda no que poderia ser um grande problema: a figura de Sherlock sobressaindo a de Enola, seja pelo personagem que é mais famoso, ou pela presença de Cavill. De qualquer forma, os realizadores parecem bem a vontade para brincar com toda a mitologia já existente do personagem, e isso até aqui pelo menos não é um problema.
Bradbeer parece um pouco acomodado com a quebra da quarta parede, aparecendo em alguns momentos para gerar um efeito cômico ou uma simples interação com o público, mas não acrescentando muito a narrativa, era de se esperar que houvesse algum tipo de evolução neste sentido.
A presença de Helena Bonham Carter como a mãe de Enola parece mais uma participação especial, principalmente em flashbacks, o que é um desperdício de uma excelente atriz. David Thewlis, outro grande nome que aparece ela primeira vez na sequência, sofre com a pouca profundidade de seu personagem. Louis Partridge tem uma participação bacana como interesse amoroso da protagonista e eventualmente contribuindo na resolução do mistério.
Enola Holmes 2 parece mais confortável ao apresentar uma trama mais rica e envolvente, mas peca no ritmo e em ficar confortável demais em alguns aspectos. Independente de qualquer coisa a Netflix parece ter conseguido estabelecer uma boa nova franquia, que promete ter vida longa se for bem conduzida.
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