PUBLICADO EM 22/05/2024

Furiosa: Uma Saga Mad Max

 

Furiosa: Uma Saga Mad Max

Mad Max: Estrada da Fúria, filme de 2015, foi um marco para a franquia, pois foi um retorno de George Miller ao seu deserto apocalíptico após 30 anos do lançamento de Mad Max: Além da Cúpula do Trovão (1985). Mas também foi um marco para o cinema de ação num geral, pois até hoje, nada se compara com o que foi feito em Estrada da Fúria. A engenhosidade e a perícia como as perseguições de carros no meio do deserto, que por vezes se parecem também com algum espetáculo do Cirque du Soleil, são absurdas. Tudo isso envolto num mundo de personagens bizarros e com uma mitologia muito bem consolidada que nunca é jogada na sua cara.

Dito isso, a missão de Furiosa: Uma Saga Mad Max, não é nem um pouco simples, pois há uma tendência a sempre esperar mais do que está por vir. Este filme pode ser considerado o primeiro spin-off da franquia, já que Max não aparece, mas Furiosa se mostrou uma personagem tão incrível e poderosa que mereceu ter sua história contada desde o começo.

Na trama, quando o mundo entra em colapso, a jovem Furiosa (Alyla Browne, depois Anya Taylor-Joy) é sequestrada do Green Place das Muitas Mães e cai nas mãos da horda de motoqueiros liderada pelo Senhor da Guerra Dementus (Chris Hemsworth). Vagando pelo deserto condenado, eles encontram a Cidadela controlada por Immortan Joe (Lachy Hulme). Enquanto os dois tiranos lutam por poder e controle, Furiosa terá que sobreviver a muitos desafios para encontrar e trilhar o caminho de volta para casa.

As comparações com Estrada da Fúria são inevitáveis, pois não apenas a protagonista, como vários personagens secundários e cenários são vistos novamente. Mas é possível dizer que em Furiosa o foco é realmente no desenvolvimento da personagem. Conhecemos sua história e suas motivações mais a fundo. Sobre a mudança de atrizes, já que Charlize Theron ficou muito marcada no papel, era algo inevitável já que Miller queria contar sua história dela desde criança. E chega a ser surpreendente o tempo de tela que a atriz mirim Alyla Browne tem, e corresponde a altura. Pela natureza da situação em que se encontra, ela fala muito pouco, da mesma forma Anya Taylor-Joy quando assume o papel na passagem de tempo, então suas expressões são fundamentais para passar emoção, e isso as duas tem se sobra, além da aptidão de Anya para ação, nunca vista antes dessa forma.

No meio disso temos um Chris Hemsworth totalmente diferente do que estamos acostumados, deixando o tipo mocinho de lado, ele encarna um vilão muito peculiar, no melhor estilo Mad Max, sádico, brutal mas ainda com um toquezinho de humor. Um destaque muito positivo.

Miller ainda nos brinda com ótimas cenas de perseguição e combate, já com suas marcas registradas, como a velocidade acelerada, ou a câmera subindo do capô do carro e dando zoom no motorista, como se fossem uma coisa só. Nenhuma das cenas de ação causam tanto impacto quanto foram as de Estrada da Fúria, é como ver algo parecido novamente, mas isso não chega a ser um problema. A grande questão é o CGI, que se no filme anterior foi utilizado de forma mínima, apenas como complemento, aqui parece pesar a mão, com cenas bem marcadas com o fundo verde, que são sem dúvida um downgrade em relação ao que foi visto anteriormente.

Na quesito roteiro, existe uma questão da presença de Furiosa na Cidadela, sem entrar muito em spoilers, é difícil imaginar que o que toda a situação que acontece não gere nenhum tipo de reação em Immortan Joe. É o tipo de coisa que poderia ter sido resolvida com uma simples linha de diálogo, mas que faz falta. No mais é uma história de vingança muito bem construída, que fala sobre pertencimento e liberdade, mas sem nunca deixar de ser épico.

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SOBRE O AUTOR

Vinicius Lunas

Um rapaz simples de gosto requintado (ou não). Curto de tudo um pouco (cinema, tv, games, hq, música), bom em particularmente nada. Formado em Letras pela Universidade de São Paulo, mas desde os 14 anos formando um bom gosto musical.

 

 


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