PUBLICADO EM 28/03/2024

Godzilla e Kong: O Novo Império

 

Godzilla e Kong: O Novo Império

Continuação do filme de 2021, Godzilla e Kong: O Novo Império agora coloca os Titãs se unindo para enfrentar uma ameaça em comum e dar continuidade ao MonsterVerse arquitetado pela Legendary nos cinemas.

O novo filme coloca o todo-poderoso Kong e o temível Godzilla lado a lado contra uma colossal ameaça desconhecida, escondida em nosso mundo, capaz de colocar em risco a própria existência deles – e a nossa. Godzilla e Kong: O Novo Império mergulha ainda mais fundo na história dos dois Titãs, em suas origens e nos mistérios da Ilha da Caveira, e desvenda a batalha mítica que ajudou a forjar esses seres extraordinários, ligando-os à humanidade e seu destino para sempre.

Parece que em comparação com os filmes anteriores os responsáveis desistiram de levar a sério a franquia, logo no início vemos o Kong com atividades cotidianas, como tomar um relaxante banho após uma batalha e sofrendo com uma dor de dente. Eu já estava esperando ele ter que ir numa lotérica pagar alguma conta, ou ir no cartório reconhecer firma na escritura da Terra Oca onde ele agora vive. E não me levem a mal se o filme fosse totalmente para esse caminho eu iria adorar, mas não é isso que acontece.

Ainda temos que sofrer com um núcleo humano desinteressante, cheio de personagens sem carisma e desenvolvimento. Um dos novos personagens, interpretado por Dan Stevens, é apresentado como o dentista do Kong, e um antigo affair da Dr, Andrews (Rebecca Hall) e por algum motivo isso o credencia para ir numa missão especial para Terra Oca. Sua única função lá é ajudar o Kong em determinado momento com a manopla mecânica que ele ganha como mostrado no material promocional, mas seu relacionamento com a doutora ou outro traço de personalidade jamais é explorado. Mas pelo menos já é melhor que a participação de Brian Tyree Henry, que parece estar apenas cumprindo algum contrato previamente assinado, apenas sendo um alívio cômico bem ruim e gritando a qualquer oportunidade, um grande desperdício de talento.

O único arco humano que tem algum desenvolvimento é o da Dr. Andrews com sua filha adotiva Jia (Kaylee Hottle), já que ela tem dificuldade de se adaptar a sociedade comum após ser resgatada da Ilha da Caveira e aparentemente tem alguma ligação mística muito mal explicada com a tribo escondida na Terra Oca. A relação e desenvolvimento delas é totalmente clichê e apela para o sentimentalismo barato no final, mas pelo menos existe.

A jornada do Kong é minimamente interessante, ele se sente sozinho, procura seus iguais e quando acha tem que lutar contra o líder tirano com a ajuda de seu ex-rival Godzilla, com algumas boas doses de galhofa o gorilão é a melhor coisa do filme, até porque o Godzilla não tem desafio nenhum, a única coisa que ele faz é matar outros Titãs que atacam a superfície e no processo destruir várias locais na Itália, França, Espanha, Egito e claro no Brasil, reduzindo a área do cristo redentor a destroços na grande batalha final.

A mitologia da Terra Oca, dos Titãs, e a relação que humanos com os monstros é muito mal explorada, não há nenhuma consequência pra destruição que o Godzilla causa na tentativa de “salvar” a Terra dos ataques, apenas uma fala solta no terço inicial do longa. E também não há nenhum senso de continuidade, se nunca mais fizessem um filme neste MonsterVerse acho que quase ninguém iria sentir falta.

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SOBRE O AUTOR

Vinicius Lunas

Um rapaz simples de gosto requintado (ou não). Curto de tudo um pouco (cinema, tv, games, hq, música), bom em particularmente nada. Formado em Letras pela Universidade de São Paulo, mas desde os 14 anos formando um bom gosto musical.

 

 


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