Caso você tenha interesse em assistir Justiça em Família, novo filme da Netflix protagonizado por Jason Momoa e Isabela Merced já irei deixar um aviso de antemão, o faça num domingo a noite para entrar no clima de Domingo Maior que a produção passa, onde o telespectador já está tão anestesiado com a eminente chegada da segunda-feira que aceita qualquer coisa.
Na trama escrita por Gregg Hurwitz e Philip Eisner, um marido devastado jura vingar-se dos responsáveis pela morte de sua esposa: um grupo farmacêutico envolvido com propinas, impedindo um medicamento de chegar ao mercado. No meio disso ele precisa também proteger a única família que lhe resta: sua filha.
No inicio é tentado criar um vinculo emocional do público com aquela família, que dificilmente irá funcionar, seja pelo pouco tempo de tela de todos unidos ou pela atuação sofrida de Momoa diante da morte de sua esposa.
Outra coisa a se mencionar sobre a atuação de Momoa é que ele ainda parece interpretar a si mesmo seja qual for o papel. É possível reconhecer que ele é bom nas cenas de ação, mas ai entra a inabilidade do diretor estreante em longas metragens Brian Andrew Mendoza, em conseguir fazer dessas cenas algo empolgante. As cenas não tem a intenção de serem mega coreografadas, até porque o personagem de Momoa é um cara comum, que luta em academia, então você ele se utilizando de objetos do cenário como um extintor de incêndio ou um abajur, ou ainda vários arremessos por janelas. Mas elas não são bem conduzidas e novamente, nenhuma chega a empolgar.
O abordagem da indústria farmacêutica e do sistema de saúde norte-americano, que não possuí um SUS como o Brasil (chupa Tio Sam!), é bem qualquer nota, havia espaço para comentários mais interessantes que são deixados de lado em prol de focar na ação, que como já foi mencionada é bem meia boca.
Merced está bem no filme, mas ao longo dele a relação construída entre sua personagem e seu pai é no mínimo estranha. Em vários momentos por exemplo eles vão andando de mãos dadas, mesmo ela já tendo seus 19, 20 anos na cara, ou então seu vínculo com um bichinho de pelúcia (mesmo tendo relação com a mãe dela soa forçado). Parece que em alguma outra versão do roteiro ela seria alguém bem mais jovem, e isso foi mudado, mas características infantis foram mantidas.
No final temos um plot twist, que vai te pegar de algum jeito, seja pela surpresa genuína ou pela incredibilidade de que os responsáveis acharam que seria de fato uma ótima ideia (ou no mínimo bem executada). Inegável que ao menos tentaram fazer algo um pouco diferente, só esqueceram de fazer bem feito.
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