PUBLICADO EM 07/10/2022

Lobisomem na Noite

 

Lobisomem na Noite

Depois de mais de uma década expandindo seu universo de super-heróis, e colocando o pezinho nas artes místicas com Doutor Estranho ou WandaVision, é com Lobisomem na Noite que o Marvel Studios mergulha de cabeça no sobrenatural, e o faz em grande estilo.

Na trama do especial do Disney+, descobrimos que Ulysses Bloodstone, um importante caçador de monstros, faleceu. Com isso ele deixa a Pedra de Sangue, seu artefato mais valioso, para o próximo o caçador que conseguir provar seu valor numa disputa contra uma criatura sinistra.

Toda a estética do especial, é uma homenagem aos filmes clássicos de monstros dos anos 30, não só pelo preto e branco, mas pelo jogo de luz e sombra, os closes exagerados nos rostos dos personagens, a trilha sonora, a edição, os efeitos práticos e a tentativa emular até os pequenos defeitos do rolos de filme antigos na projeção. Tudo isso agrega um charme e uma personalidade única ao projeto, e se mantém fiel a ela até o final.

Michael Giacchino, compositor de longa data, chegando a vencer o Oscar por Up – Altas Aventuras, faz sua estreia na direção, e mostra grande domínio da técnica, apesar de não ser inovador, ele mostra grande carinho pelas produções antigas e não decepciona nos momentos de mais ação. Ele consegue colocar elementos um pouco mais gore, como braços decepados e gargantas cortadas, sem ser tão gráfico, algo que talvez a própria Disney não permitiria. E claro seu trabalho na trilha sonora é impecável.

A história é bem simples e vai direto ao ponto, sem firulas, o que deixa um gostinho de quero mais na boca. Talvez o maior problema de Lobisomem na Noite seja que nós acabamos por não conhecer muito do protagonista. Temos uma base muito sólida da Família Bloodstone, incluindo da Elsa (Laura Donnelly), que entra na disputa do artefato porque perdeu o direito de herda-lo ao se distanciar do pai.

Gael García Bernal está ótimo no papel de Jack/Lobisomem, e temos uma noção de sua índole por suas atitudes e seu real objetivo na disputa, mas pouco sabemos de sua origem ou história. Há uma construção de suspense até ele se transformar, que é ótima, mas realmente não passa de uma introdução do personagem pro futuro.

É interessante ver esse produto isolado e sem amarras dentro do MCU, mas que mesmo assim expande seu pequeno universo, pois além do Lobisomem e Elsa Bloodstone, temos a presença do Homem-Coisa (Carey Jones), um personagem que os fãs de quadrinhos com certeza não esperavam ver tão cedo nas telas.

Lobisomem na Noite não é de fato um terror, é uma boa aventura com toques sobrenaturais e homenagens ao clássicos de monstros muita bem feitas, que acerta no estilo e em não tentar dar um passo maior que a perna.

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SOBRE O AUTOR

Vinicius Lunas

Um rapaz simples de gosto requintado (ou não). Curto de tudo um pouco (cinema, tv, games, hq, música), bom em particularmente nada. Formado em Letras pela Universidade de São Paulo, mas desde os 14 anos formando um bom gosto musical.

 

 


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