Desde o princípio o grande chefão do Marvel Studios, Kevin Feige, disse que a série Loki seria a mais importante e que traria mais impacto para o futuro do Universo Cinematográfico Marvel, e ao final dos seis episódios onde aprendemos sobre a linha do tempo sagrada e as variantes, entendemos o por quê.
Logo após roubar o Cubo Cósmico em Vingadores: Ultimato, Loki viaja no tempo e espaço sendo surpreendido e preso pela AVT (Autoridade de Variação Temporal), organização burocrática que existe para detectar e conter ramificações do multiverso. As coisas se complicam quando alguém está tentando bagunçar estas possíveis ramificações e a AVT precisa da ajuda do Loki.
Mesmo sendo o vilão e algumas vezes anti-herói, o Loki do MCU sempre foi um dos personagens favoritos do público, e tê-lo de volta com Tom Hiddleston livre leve e solto como protagonista é simplesmente maravilhoso. As partes engraçadas, a ação, o drama, e em todas as facetas que o personagem exige, o ator entrega com perfeição. E tudo melhora com a adição de Owen Wilson como Mobius, agente da AVT que cria um vínculo de amizade com Loki. Qualquer cena com os dois juntos é elevada pra outro patamar, com longos diálogos afiados, que muitas vezes dão um tom teatral pra série.
Outro destaque, como não poderia deixar de ser, é Sophia di Martino como Sylvie, que personifica o conceito da variante, que deve ser muito presente no futuro do MCU. Sua ligação com o personagem principal a princípio parasse acontecer de forma muito rápida mas acaba fazendo sentido, e graças novamente ao talento dos atores, você consegue acreditar nessa conexão.
Apesar de passar por vários cenários grandiosos, toda a trama fica centrada na AVT, que é esteticamente muito bem construída mas não necessariamente bem desenvolvida, assim como Ravona Renslayer (Gugu Mbatha-Raw), deixando ganchos diretos para a segunda temporada, que tem nossa boa fé de acreditar que irá aprofundar mais nessas questões.
É notável a inspiração do seriado em outros que abordam conceitos de viagem no tempo e multiverso como Rick and Morty, inclusive sendo o criador do show Michael Waldron um dos produtores do desenho e claro Doctor Who, que serve de inspiração até para trilha sonora.
A série fala muito do conceito do livre-arbítrio e determinismo, afinal somos capazes de escolher nosso próprio destino, ou tudo se desenrola de acordo com um plano maior? A busca da identidade também está presente, Loki tenta a todo custo tentar entender quem ele de fato é, como conviver com seu jeito ambíguo de Deus da Trapaça e da Mentira e como se aceitar desta forma.
Loki quebra a expectativa ao entregar um final com a presença daquele personagem que está presente em todo e qualquer vídeo de teoria na internet. Depois de WandaVision decepcionar alguns com a ausência de Mephisto ou Doutor Estranho, Loki entrega, de certa forma, aquilo que os fãs vem especulando sobre o grande vilão capaz de viajar no tempo e multiverso, e apresenta aquele com o potencial de ser o próximo Thanos, a grande ameaça a ser combatida no próximo grande filme evento em cinco ou dez anos. Evidente que a série não é feita apenas para os fãs que acompanham tudo, mas mesmo aqueles não inteirados devem ficar no mínimo curiosos pra saber mais sobre ele.
A fala de Feige lá no inicio faz sentido pois é a partir de Loki que realmente se estabelece aquilo que vai moldar todo o MCU daqui pra frente, o Multiverso. É sem dúvida um caminho espinhoso e cheios de incertezas mas que se funcionar abre, literalmente, infinitas possibilidades.
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