Mais Que Amigos é considera a primeira comédia romântica gay produzida e distribuída por um grande estúdio de Hollywood, no caso a Universal Pictures. O grande nome encabeçando o projeto é Billy Eichner, que protagoniza, além de produzir e co-escrever o roteiro do lado do diretor Nicholas Stoller. É nítido como o projeto é especial para Eichner, e como ele pôs muito de suas experiências pessoais, tanto amorosas, quanto profissionais.
Na trama Bobby (Eichner) é um famoso podcaster que é encarregado de fazer a curadoria do primeiro museu sobre pessoas LGBTQIA+ ao longo da história, durante o processo ele conhece Aaron (Luke Macfarlane), com quem tenta estabelecer um relacionamento apesar de suas diferenças.
Eichner está muito a vontade no papel de protagonista e existe uma química muito boa entre ele e Macfarlene. Toda a parte da comédia é excelente, o texto é rápido e consegue arrancar boas risadas quando você menos espera.
Quanto ao romance, apesar da química entres os dois o longa acaba caindo em clichês do gênero, mas que são bem executados. Existem alguns momentos mais sérios onde Bobby compartilha alguns de seus traumas sobre sua vida e sua profissão que é onde percebemos quase uma quebra do que é ficção ou realidade, são pequenos momentos de intensidade, que são bem dosados e equilibram com o restante do clima do filme.
Algo que foi mal explorado é o lado da vida pública de Bobby como podcaster, que aparece apenas no começo do filme e depois é esquecido, com o foco totalmente voltado para o relacionamento dele com Aaron e na necessidade do financiamento para inaugurar a exposição do museu, que talvez deveria dar ao público um clima de urgência, com o interesse se ele vai conseguir ou não, mas isso não acontece.
Mais Que Amigos é uma ótima comédia romântica, indicada para qualquer um que goste do gênero e que apesar dos clichês dá uma visibilidade para uma grande e diversa comunidade, que precisa cada vez mais ter suas histórias contadas de forma sincera e bem feita, sem estereótipos.
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Um rapaz simples de gosto requintado (ou não). Curto de tudo um pouco (cinema, tv, games, hq, música), bom em particularmente nada. Formado em Letras pela Universidade de São Paulo, mas desde os 14 anos formando um bom gosto musical.
