Uma das surpresas de 2022 foi X – A Marca da Morte, filme de terror escrito e dirigido por Ti West, que aparentemente sem muita pretensão ganhou grande repercussão e se mostrou um projeto sólido para uma trilogia. Indo um pouco na contramão do que se esperava o segundo filme, Pearl (2022), é uma prequel contando a origem da vilã do primeiro filme e só agora com MaXXXine, temos o desfecho desta história sanguinolenta comprovando de uma vez por todas o star power de Mia Goth.
A trama se passa na década de 1980, em Hollywood, quando a estrela do cinema pornográfico Maxine Minx (Goth) tem sua grande chance de atingir o estrelato. No entanto, um misterioso assassino em série persegue as celebridades de Los Angeles e um rastro de sangue ameaça revelar o passado sinistro de Maxine.
Apesar de ser uma trilogia, e seus temas e a triz principal se repetirem, cada longa tem sua própria personalidade e estilo. Saímos do interior para a cidade grande, e os comentários sobre a indústria da fama não poderiam ser mais explícitos. West continua prestando homenagens ao cinema, quase como uma paródia, e o clima noir toma conta da narrativa, com direito a um assassino misterioso e detetive particular.
Este é provavelmente o mais clichê e didático entre os três filmes, chegando ao ponto de colocarem flashbacks que coisas ditas a 20 ou 30 minutos antes, mas MaXXXine ganha méritos por fechar de forma satisfatória o ciclo iniciado em X e consolidando uma das grandes protagonistas do terror moderno, que mesmo quando está em situação desfavorável e sofrendo com os traumas do passado não abaixa a cabeça, e mesmo contra todo o bom senso, vai atrás daquilo que ela enxerga como sendo merecedora.
Pearl, por ser reprimida e oprimida de diversas formas, se deixou abater e sucumbiu diante de seu fracasso pessoal, diferente de MaXXXine, que inclusive usa essa sua liberdade sexual para chegar aonde quer. Não a toa foi a escolha do grande antagonista do filme, que apesar de clichê personifica toda opressão da protagonista.
Falando da grande cena final, ela parece mais uma cena de ação de qualquer filme policial dos anos 80, com suas pontinhas de gore, que apesar de não ser um primor, pelo menos tem haver com o clima de investigação que percorreu todo o filme.
MaXXXine, e trilogia do X num geral, se destaca dos demais filme de terror e suspense atuais pela sua forte personalidade e estilo, mesmo que mudando um pouco entre cada um deles e por ter uma ideia bem definida do que quer tratar e aonde quer chegar, com uma protagonista excelente eternizada no gênero por Mia Goth.
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