Mergulho Noturno é a mais nova produção da Blumhouse em parceria com James Wan, dois dos principais expoentes do terror popular moderno. Há um método básico de não arriscar muito, gastar pouco e abusar dos jump scares, afim de ter um retorno seguro de bilheteria. As vezes funciona, as vezes não.
Na trama do longa, Ray Waller (Wyatt Russell) é um ex-jogador da liga principal de beisebol que foi forçado a se aposentar precocemente em função de uma doença degenerativa. Ele muda para uma nova casa com sua preocupada esposa Eve (Kerry Condon), a filha adolescente Izzy (Amélie Hoeferle) e o filho Elliot. Ray (Gavin Warren), que no fundo ainda espera, contra todas as probabilidades, voltar à liga profissional, convence Eve de que a cintilante piscina do quintal da nova casa pode ser uma diversão para as crianças e uma ótima alternativa para as sessões de fisioterapia dele. Mas um segredo sombrio do passado da casa vai desencadear uma força malévola que levará a família ao terror mais profundo e inevitável.
A direção e roteiro são de Bryce McGuire, que criou a história com Rod Blackhurst para um curta lançado em 2014, e parece justamente o que ele é, um curta interessante que não consegue se sustentar como um longa metragem. Nada do que eles tentam articular funciona, desde a mitologia pros trás dos acontecimentos sobrenaturais, das interações da família ou da motivação melodramática do protagonista.
Não existe também nenhuma cena memorável ou sequer interessante de susto. E o potencial de criar algo interessante num cenário aquático, mas sempre apela para mais do mesmo com jump scares previveis, jogando a trilha sonora lá no alto pra manipular ao máximo sua emoção.
O elenco nem chega a ser ruim, mas existe muito pouco no roteiro com o que eles possam trabalhar, chega a dar pena ver uma atriz do calibre de Kerry Condon, indicada ao Oscar ano passado pelo excepcional Os Banshees de Inisherin, perdida nisso aqui.
Em determinado momento, o filme se torna tão enfadonho, que torcer pra piscina é inevitável. Até porque se eu fosse um espirito maligno que estive tranquilo nos últimos 15 anos e do nada começassem a me encher o saco toda hora alguém vindo nadar, fazendo festinha e o escambau, perturbando minha paz, eu também ficaria muito insatisfeito.
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