A diretora e roteirista Susana Garcia entende muito bem do apelo popular de uma comédia tendo trabalhado em Minha Mãe é uma Peça 3: O Filme, e agora em Minha Irmã e Eu, ela se aproveita do ótimo momento do gênero musical sertanejo no Brasil para atrair um grande público ao cinema.
Curiosamente, no dia em que este texto está sendo redigido, o Spotify divulgou o rankings de artistas mais ouvidos em cada estado do Brasil em 2023. O sertanejo predomina num geral, mas não apenas isso, nomes como Ana Castela e Marília Mendonça estão no topo, mostrando a força feminina no gênero. Só isso já leva a entender o motivo do filme ter sido feito.
Na trama, as irmãs Mirian (Ingrid Guimarães) e Mirelly (Tatá Werneck) nasceram em Rio Verde, no interior de Goiás. Elas não realizaram o sonho da mãe, Dona Márcia (Arlete Salles), de se tornarem uma dupla sertaneja e, além de terem seguido caminhos opostos, vivem em pé de guerra. Mirian se casou e nunca saiu de sua cidade, acostumada à rotina do interior. Já Mirelly partiu para o Rio de Janeiro e sem demonstrar pra família, passa todo o tipo de perrengue. Mas quando Dona Márcia desaparece, elas têm que deixar de lado as diferenças e se unir para procurá-la, numa viagem que pode mudar suas vidas.
O longa é basicamente um road movie, que visa colocar as duas personagens opostas em situações cômicas a fim de resolver problemas pessoais e estreitar laços perdidos ao longo dos anos. Tanto é que em determinado momento, o intuito da viagem, o sumiço da mãe, acaba ficando em segundo plano, e também vira motivo de piada, como na cena da delegacia ou do velório.
O tipo de humor aqui é exatamente o que se espera, meio pastelão, com várias referências a outros artistas e algumas participações especiais. O grande trunfo é a química entre as protagonistas, principalmente com Tatá Werneck livre, leve e solta para fazer suas esquisitices, seus trejeitos e falando acelerado, assim como nos velhos tempos de MTV.
Ainda falando na personagem da Tatá Werneck, o roteiro cria toda uma problemática para ela no início e simplesmente esquece disso no final, a jornada de Ingrid Guimarães pelo menos é melhor definida. Nada que seja surpreendente, mas que funciona.
Com bons momentos de humor aqui e ali, Minha Irmã e Eu tem um claro objetivo de atingir um público fora do eixo Rio-São Paulo, embora o Rio ainda tenha espaço, se valendo da força do sertanejo, com uma trama simples mas operante.
Nós estamos no Facebook e você também pode nos achar no Instagram, e Twitter, curta as páginas e fique por dentro do UNIVERSO REVERSO.