As cinebiografias sempre são um grande atrativo no cinema, principalmente as musicais, e em Mussum, O Filmis temos isso, mas ela se divide com o lado humorista da grande personalidade que foi o trapalhão, por isso o filme ganha e muito com a camada de comédia que domina todo o longa.
O filme conta a trajetória de Antônio Carlos Bernardes Gomes, o Mussum, dos Trapalhões, interpretado por Aílton Graça. Passando pela infância pobre, a carreira militar, a relação com a Mangueira e o sucesso com o grupo Originais do Samba, além dos bastidores como integrante dos Trapalhões e a relação muito próxima com sua mãe.
Após um início onde vemos Mussum numa esquete clássica, já consolidado como humorista, voltamos até o passado, na sua humilde infância (interpretado por Thawan Lucas) e a relação com sua mãe (Cacau Protásio e mais tarde Neuza Borges). E ai está um grande acerto, o coração do longa se encontra na relação de dona Malvina e Carlinhos, como ela o chamava, mesmo depois de adulto. É muito singela e bem construída, além de Cacau também entregar bons momentos de comédia.
Ao chegar na vida adulta, agora interpretado por Yuri Marçal, Mussum entra para a vida militar, mas é no samba que seu coração está, e junto com os Originais do Samba consegue grande sucesso. É muito divertido ver outros grandes artistas que cruzam caminho com ele, como Elza Soares, Cartola, Jorge Ben Jor e Alcione, são pequenas participações especiais, mas que dão um charme a mais, além de fazer a trilha sonora ser impecável.
Entrecortando a história linear, temos algumas esquetes clássicas do Mussum recriadas a perfeição, e ai vai da pessoa e do tipo de humor dela para que ela goste ou não. Mas é o tipo de humor bobo e de riso fácil, que com certeza consegue pegar todo mundo justamente pela simplicidade.
Passando do encontro com Grande Otelo, com seu trabalho com Chico Anysio até finalmente chegar a compor os Trapalhões com Renato Aragão (Gero Camilo), Dedé Santana (Felipe Rocha) e Zacarias (Gustavo Nader), vemos a importância e o talento de Mussum e o quão grande ele foi no seguimento do humor brasileiro.
Fora sua relação com a mãe, a relação familiar do protagonista não é muito bem explorada, sua irmã pouco aparece, sua primeira esposa e filho somem depois da parte inicial, e só é lembrado que ele teve 6 filhos já nos créditos finais.
Um tanto clichê, mas com boas atuações e passando todo o clima alto astral da vida agitada de Mussum, que tinha como grande dilema se dividir entre a comédia e a música, o longa é divertido e comum toque de emoção capaz de cativar o público.
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