O Crime é Meu, nova produção comanda pelo diretor e roteirista francês François Ozon (8 Mulheres, Potiche – A Esposa Troféu), é um ótimo filme de mistério ao contrário, onde descobrir quem cometeu o crime não importa tanto, mas sim as repercussões que pode causar na vida de alguém inocente e oportunista.
Na cidade de Paris em 1930, Madeleine (Nadia Tereszkiewicz), uma atriz jovem e pobre é acusada de assassinar um famoso produtor. Sua melhor amiga, Pauline (Rebecca Marder), uma advogada desempregada, a defende e ela é absolvida por legítima defesa. Uma nova vida de fama e sucesso começa, até que a verdade por trás do crime seja revelada e possa botar tudo a perder.
Tudo segue um tom meio teatral, principalmente no começo, com entradas e saídas de ambientes menores, como o apartamento das protagonistas, mas logo essa impressão é deixada de lado e o longa ganha um pouco mais de escopo, apesar de ainda ser contido.
Seus maiores trunfos são um roteiro com diálogos afiadíssimos e por vezes bastante engraçados, além de ótimas atuações. Existe um nível de trambique e cara de pau nos personagens que remetem a coisas muito próximas a nós brasileiros, como O Auto da Compadecida (2000).
Mesmo sendo muito divertido, o filme não deixa de sempre cutucar a ferida de uma sociedade machista e patriarcal, e o faz de forma muito inteligente, sempre por meio de diálogos rápidos e espertos e figuras que podem soar como caricaturas, mas nunca estão muito distante da realidade.
Sem nunca perder o foco e sem se alongar demais, O Crime é Meu é uma ótima opção para sair do eixo convencional do cinema estadunidense , fazendo boas reflexões e dando ao público algumas gargalhadas ao longo do caminho.
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