PUBLICADO EM 25/07/2024

O Exorcismo

 

O Exorcismo

Por algum motivo, em pouco tempo temos dois filmes que envolvem exorcismo e Russell, e que além disso não possuem nenhuma ligação entre si. Em 2023 foi lançado O Exorcista do Papa, e agora temos O Exorcismo.

Na trama do filme, Anthony Miller (Russell Crowe) é um ator com um passado sombrio, marcado pelo abuso de drogas. Durante as filmagens do seu novo filme de terror, ele começa a exibir um comportamento perturbador, levantando suspeitas sobre seu estado mental. Ao investigar o que pode estar acontecendo, sua filha se vê no limite entre a realidade e o sobrenatural e percebe que os problemas que assombram seu pai podem ser mais aterrorizantes do que parecem.

Aqui a ideia é brincar com o conceito de filmes sobrenaturais, onde realmente acontecem casos bizarros em set de filmagens, meio que subvertendo a ordem das coisas, como no caso de quem estar sendo possuído não ser uma criança indefesa.

Um grande problema de O Exorcismo é não saber direito o que fazer com tantos temas que vão se abrindo: os traumas de Anthony, que afetam sua vida profissional e pessoal, a relação com sua filha, a relação da filha com a atriz do filme, a questão da fé, o comentário sobre a indústria de cinema e o elemento sobrenatural em si. Praticamente todos esses elemento ficam numa camada superficial, isso se simplesmente não são abandonados mesmo sem nenhum desenvolvimento.

A grande inspiração do longa é O Exorcista, mas parece que é usado mais como muleta do que qualquer outra coisa, como se você gostasse do filme de 1973 provavelmente irá gostar desse, mas a comparação só faz o filme atual ficar mais frágil ainda, pois não consegue construir um ambiente e personagens interessantes o suficiente para fisgar o público.

O ponto alto do longa é sem dúvida Crowe, que consegue fazer muito bem tanto o lado mais vulnerável de um ator em decadência quanto sua versão sombria e ameaçadora, quando é possuído. E é perceptível o quanto ele destoa dos demais, principalmente nas cenas com Ryan Simpkins, que interpreta sua filha, mas não consegue acompanhá-lo em termos dramáticos.

O Exorcismo joga fora várias boas ideias e um bom protagonista num filme moroso e sem um norte claro de onde quer chegar, nos presenteando com um filme genérico, chato e pouco inspirado.

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SOBRE O AUTOR

Vinicius Lunas

Um rapaz simples de gosto requintado (ou não). Curto de tudo um pouco (cinema, tv, games, hq, música), bom em particularmente nada. Formado em Letras pela Universidade de São Paulo, mas desde os 14 anos formando um bom gosto musical.

 

 


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