PUBLICADO EM 07/08/2022

O Predador: A Caçada

 

O Predador: A Caçada

O Predador é uma das franquias de ação/ficção científica mais clássicas que existem. Iniciada no final dos anos 80, o primeiro filme estrelado por Arnold Schwarzenegger foi um marco para o gênero, inspirando muita coisa que veio depois, contudo nenhuma de suas continuações, reboot ou crossovers, teve o mesmo brilho. Justamente por isso era difícil saber o que esperar de O Predador: A Caçada, mas graças a volta ao básico, o monstrão alienígena ganha um novo respiro.

O longa acompanha uma tribo indígena Comanche há 300 anos, onde uma jovem chamada Naru (Amber Midthunder) é uma habilidosa e destemida guerreira criada nas sombras dos maiores e lendários guerreiros que passaram pelas grandes planícies norte-americanas. Quando uma ameaça ataca seu acampamento ela fará de tudo para proteger sua tribo.

A mudança drástica da época que se passa o filme pode parecer a princípio um pouco absurda, principalmente com a diferença de tecnologia entre os indígenas e o alienígena, mas isso na verdade traz um desafio ainda maior para a protagonista, e é possível notar também que esse Predador é um pouco mais primitivo, com um design um pouco diferente dos anteriores.

O competente diretor Dan Trachtenberg e o roteirista Patrick Aison, não estão interessados em explorar a mitologia da raça alienígena, dar explicações mirabolantes ou reinventar nenhum conceito, eles focam toda sua atenção para a nova protagonista Naru, sua curva de desenvolvimento e aprendizado e na luta pela sobrevivência. Graças a boa atuação de Midthunder, isso funciona, claro que as custas da falta de bons coadjuvantes. Com exceção de Dakota Beavers, que interpreta seu irmão e ganha um pouco mais de destaque, não existe ligação com qualquer outro personagem, a não ser que você conte a cachorra Sarii.

Os efeitos especiais as vezes podem tirar o expectador da imersão, principalmente quando alguns animais selvagens de cgi aparecem em tela, mas o filme ganha muito com os cenários reais, com boa utilização da floresta.

Este é um belo exemplo de que para revitalizar uma franquia é necessário fazer primeiro um bom filme. Parece óbvio, mas existem tantos exemplos de tentativas falhas, que ficam olhando tanto pras continuações que esquecem que criar uma boa e sólida base. Uma boa protagonista, com um objetivo bem definido, um adversário desafiador em um cenário e contexto histórico interessante, sem firulas, direto ao ponto., finalmente honrando o legado da franquia.

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  3.5

 

SOBRE O AUTOR

Vinicius Lunas

Um rapaz simples de gosto requintado (ou não). Curto de tudo um pouco (cinema, tv, games, hq, música), bom em particularmente nada. Formado em Letras pela Universidade de São Paulo, mas desde os 14 anos formando um bom gosto musical.

 

 


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