PUBLICADO EM 07/05/2024

Planeta dos Macacos: O Reinado

 

Planeta dos Macacos: O Reinado

O romance original de Planeta dos Macacos, escrito pelo francês Pierre Boulle, data de 1963, e partir daí a franquia já perdura por mais de 60 anos através de suas adaptações para cinema e tv. Após o filme clássico de 1968 e suas continuações no começo dos anos 70, só em 2001 Tim Burton levou sua versão aos cinemas, sem muito êxito. Em 2011 com Planeta dos Macacos: A Origem, dirigido por Rupert Wyatt, é que a franquia entrou nos eixos com um grande projeto já visando pelo menos uma nova trilogia, dessa vez focando muito mais nos macacos e achando em César (Andy Serkis) um protagonista maior que qualquer personagem humano.

O grande trunfo de Planeta dos Macacos, como em qualquer boa ficção científica, é extrapolar conceitos para criticar a sociedade em que vivemos, e a questão das diferentes visões de classes e como elas vivem e se exploram quando convivem juntas é ainda hoje relevante e instigante, fazendo com que ainda haja fôlego e espaço para um novo reinicio na franquia.

 

Na trama do novo longa, desde o reinado de César, quando os primatas conquistaram a paz, muitos anos se passaram e tudo parecia calmo. Até o momento em que um jovem e curioso chimpanzé, Noa (Owen Teague), vê sua tribo ser atacada e ele precisa partir numa jornada para trazer sua família e amigos de volta. No processo ele vai questionar tudo que conhece sobre o passado dos macacos e dos humanos.

Depois de explorar o início desse mundo dominado por macacos, temos uma passagem de tempo muito bem vinda, dando espaço para novos personagens se desenvolverem nesse mundo distópico. É muito interessante ver como as palavras que César usou para unir os macacos e conseguir sua liberdade são distorcidas. Ele é visto como uma figura messiânica, alguns o considerando até mesmo uma lenda e seu nome é usado para justificar vários atos de brutalidade, fazendo um paralelo muito claro com várias religiões.

Noa está alheio a tudo isso, e é jogado no meio da ação, seu amadurecimento e busca por seus entes queridos é basicamente a jornada clássica de herói, mas ir descobrindo como esse mundo foi sendo moldado depois de toda a batalha travada por César é muito curioso, sem falar na sua relação com os humanos, que se dá através do contato com Mae (Freya Allan). O ponto de equilíbrio entre eles é Raka (Peter Macon), orangotango que também cruza o caminho de Noa e serve como um mentor, trazendo a verdadeira mensagem de César, mesmo com o ceticismo de Noa.

Os efeitos especais continuam impressionando, marca registrada da franquia, existem momentos em que simplesmente esquecemos que estamos vendo CGI e parece que são macacos reais em tela, e cada um com suas características próprias, tanto pessoais quanto físicas.

Wes Ball (Maze Runner) assume a direção, depois de Matt Reeves (The Batman) fazer um grande trabalho nos 2 últimos filmes. Ele não decepciona, embora pareça um pouco limitado pela estrutura de um novo reinício, tendo que apresentar um novo protagonista e sua construção. O ritmo da primeira metade do filme é muito boa, mas acaba perdendo a força na metade final. O vilão, Proximus César (Kevin Durand), que poderia ter bastante potencial acaba caindo num lugar comum também.

Planeta dos Macacos: O Reinado usa o caminho pavimentado por César para trilhar uma nova estrada, que vai se aproximando cada vez mais dos filmes clássicos, onde os humanos são totalmente dominados pelos macacos, ou eles podem seguir um caminho diferente onde ambas as espécies possam chegar a um acordo, espalhando a palavra de César, mas isso é assunto para o futuro, que independente de qualquer coisa parece promissor.

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SOBRE O AUTOR

Vinicius Lunas

Um rapaz simples de gosto requintado (ou não). Curto de tudo um pouco (cinema, tv, games, hq, música), bom em particularmente nada. Formado em Letras pela Universidade de São Paulo, mas desde os 14 anos formando um bom gosto musical.

 

 


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