Depois de anos longe de blockbusters, Nicolas Cage volta em grande estilo para um filme com potencial para repercussão com o público em geral, interpretando ninguém mais ninguém menos que Conde Drácula. O conceito do projeto do muito interessante, pois esse não seria uma nova versão do personagem, mas realmente aquele mesmo Drácula que Bela Lugosi eternizou no filme de 1931, mostrando como estaria a relação dele com seu lacaio depois de todos estes anos.
Na trama, Renfield (Nicholas Hoult) é forçado a encontrar as vítimas para seu mestre, Conde Drácula (Cage), e fazer tudo o que ele lhe pede, qualquer que seja o grau de degradação. Mas depois de séculos de servidão, ele quer descobrir se existe vida para além da sombra do Príncipe das Trevas e com isso conta com a ajuda da policial Rebecca (Awkwafina).
O filme se utiliza do recurso de narração em off de Renfield para botar o público em dia de toda essa bagagem entre os personagens, que é meio preguiçosa, mas funcional. Há também a recriação de cenas clássicas do filme de 1931 com os novos atores que são ótimas e muito bem feitas, e acabam sendo um belo tributo.
Tudo envolvendo a relação entre Drácula e Renfield é muito boa, por mais que seja um projeto voltado para comédia, existe ali um pano de fundo bem interessante sobre o relacionamento tóxico deles. E sem dúvida alguma o ponto alto do filme é a atuação de Cage como Drácula, ele está totalmente à vontade, podendo usar e abusar de trejeitos exagerados, que encaixam perfeitamente com o papel e a proposta do filme.
Por outro lado, a parte da trama envolvendo a máfia e o relacionamento de Renfield com Rebecca acaba caindo no lugar comum, ambos tem carisma, mas essa parte mais voltada pra comédia romântica deixa a desejar.
As cenas de ação são legais, com lutas bem feitas e cabeças e braços voando de um lado para o outro, além de tripas aparecendo, mas algo que as vezes chega a incomodar é o sangue de CGI utilizado. Você vê o sangue jorrando, mas o que deveria deixar chão e paredes escorrendo acaba sendo apenes um borrão de vermelho.
A maquiagem do Drácula é boa, em alguns momentos onde ainda está meio debilitado o deixando irreconhecível. O tom de humor funciona quase sempre, mas por vezes força em piadas com pessoas gritando e por algum motivo com o gênero musical ska.
Renfield vale a pena pra quem é fã de Cage, para vê-lo numa performance bizarramente boa, e quem quiser um entretenimento despojado e sanguinário nesse universo de monstros da Universal.
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