PUBLICADO EM 12/09/2024

Robô Selvagem

 

Robô Selvagem

Robô Selvagem, nova animação da Dreamworks baseada no livro de Peter Brown, chega aos cinemas com grandes expectativas, isso devido ao belíssimo material promocional divulgado, a ótima recepção que recebeu em sua premiere mundial no Festival de Toronto na última semana, e obviamente a curiosidade de saber se a adaptação faz jus ao material base, que é muito bom.

A trama do filme acompanha a jornada de uma robô – a unidade ROZZUM 7134, “Roz” – que naufraga em uma ilha desabitada de humanos e precisa aprender a se adaptar ao ambiente hostil, construindo pouco a pouco relacionamentos com os animais nativos, e até adotando um filhotinho de ganso órfão.

O visual é fabuloso, seguindo a linha adotada em Gato de Botas 2: O Último Pedido, onde temos uma animação 3D mas com uma textura que lembra 2D. Cada design de personagem, cenário, composições de cenas, tudo é extremamente lindo. É possível pausar o filme em qualquer instante e ficar apreciando a beleza de cada detalhe que está em tela.

A animação começa num tom leve, com Roz tentando descobrir qual seria sua principal diretriz na ilha, e no processo irritando os animais moradores do local. Ela vai ganhando novas escoriações e arranhões com as várias tentativas frustradas de se integrar ao ambiente e ser útil, com muito humor físico sendo utilizado. Mas a história ganha corpo quando Roz decide apreender a se comunicar com os animais e eventualmente acaba adotando o pequeno  filhote de ganso batizado de Bico Vivo.

Robô Selvagem fala sobre maternidade e pertencimento de uma forma muito sensível e madura, com ótimas doses de humor, e sem nunca ser muito apelativo em seu senso dramático. O diretor e roteirista Chris Sanders dosa muito bem todos esses elementos, conduzindo a narrativa de forma muito confortável, e é possível ver alguns elementos aqui de Como Treinar Seu Dragão (2010), outra animação da Dreamworks que ele co-dirigiu com Dean DeBlois.

Sanders toma alguma liberdades em relação ao livro, principalmente no desenvolvimento de Roz com a comunidade de animais na ilha, principalmente com a presença constante da raposa Astuto, que é quase nula no livro. Mas isso traz mais dinamismo a relação de todos, e mesmo com algumas alterações pontuais, os grandes momentos estão presentes e o mais importante, a ideia principal de que a convivência saudável e respeitosa em sociedade é tão importante quanto qualquer habilidade de sobrevivência também está presente.

As grandes cenas de ação ficam guardadas para o terceiro ato, e por mais formulaico que seja, faz o longa ganhar no senso de urgência e balanceia muito bem os outros dois atos. É incrível como em tudo que se propõem, a animação consegue entregar com excelência. Impossível não se divertir, ficar apreensivo e se emocionar (e muito) e com os personagens. Robô Selvagem é uma linda fábula moderna para toda a família.

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SOBRE O AUTOR

Vinicius Lunas

Um rapaz simples de gosto requintado (ou não). Curto de tudo um pouco (cinema, tv, games, hq, música), bom em particularmente nada. Formado em Letras pela Universidade de São Paulo, mas desde os 14 anos formando um bom gosto musical.

 

 


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