Robô Selvagem, nova animação da Dreamworks baseada no livro de Peter Brown, chega aos cinemas com grandes expectativas, isso devido ao belíssimo material promocional divulgado, a ótima recepção que recebeu em sua premiere mundial no Festival de Toronto na última semana, e obviamente a curiosidade de saber se a adaptação faz jus ao material base, que é muito bom.
A trama do filme acompanha a jornada de uma robô – a unidade ROZZUM 7134, “Roz” – que naufraga em uma ilha desabitada de humanos e precisa aprender a se adaptar ao ambiente hostil, construindo pouco a pouco relacionamentos com os animais nativos, e até adotando um filhotinho de ganso órfão.
O visual é fabuloso, seguindo a linha adotada em Gato de Botas 2: O Último Pedido, onde temos uma animação 3D mas com uma textura que lembra 2D. Cada design de personagem, cenário, composições de cenas, tudo é extremamente lindo. É possível pausar o filme em qualquer instante e ficar apreciando a beleza de cada detalhe que está em tela.
A animação começa num tom leve, com Roz tentando descobrir qual seria sua principal diretriz na ilha, e no processo irritando os animais moradores do local. Ela vai ganhando novas escoriações e arranhões com as várias tentativas frustradas de se integrar ao ambiente e ser útil, com muito humor físico sendo utilizado. Mas a história ganha corpo quando Roz decide apreender a se comunicar com os animais e eventualmente acaba adotando o pequeno filhote de ganso batizado de Bico Vivo.
Robô Selvagem fala sobre maternidade e pertencimento de uma forma muito sensível e madura, com ótimas doses de humor, e sem nunca ser muito apelativo em seu senso dramático. O diretor e roteirista Chris Sanders dosa muito bem todos esses elementos, conduzindo a narrativa de forma muito confortável, e é possível ver alguns elementos aqui de Como Treinar Seu Dragão (2010), outra animação da Dreamworks que ele co-dirigiu com Dean DeBlois.
Sanders toma alguma liberdades em relação ao livro, principalmente no desenvolvimento de Roz com a comunidade de animais na ilha, principalmente com a presença constante da raposa Astuto, que é quase nula no livro. Mas isso traz mais dinamismo a relação de todos, e mesmo com algumas alterações pontuais, os grandes momentos estão presentes e o mais importante, a ideia principal de que a convivência saudável e respeitosa em sociedade é tão importante quanto qualquer habilidade de sobrevivência também está presente.
As grandes cenas de ação ficam guardadas para o terceiro ato, e por mais formulaico que seja, faz o longa ganhar no senso de urgência e balanceia muito bem os outros dois atos. É incrível como em tudo que se propõem, a animação consegue entregar com excelência. Impossível não se divertir, ficar apreensivo e se emocionar (e muito) e com os personagens. Robô Selvagem é uma linda fábula moderna para toda a família.
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