PUBLICADO EM 25/03/2019

Sejamos todos feministas

 

Sejamos todos feministas

Quando falamos de feminismo, o que vem em mente depende exclusivamente de nossas vivências. Como mulher, penso em algo vinculado com a minha liberdade a ser conquistada gradativamente – e que ainda não atingiu a sua plenitude. Entretanto, com as redes  sociais repletas de extremismo e de disseminadores de ideias erronias, podemos associar o feminismo a algo desagradável e completamente contrário com seu real propósito de luta. E é sobre isso, também, que o livro “Sejamos todos feministas” falará sobre.

O livreto foi baseado em uma palestra dada  por Chimamanda Ngozi Adichie, uma mulher nigeriana, no ano de 2012. Como escrito pela autora, o conceito do feminismo precisa ser exposto como uma ideia de união de gêneros, atingindo a igualdade entre estes – isso no caso do apoiado por Chimamanda, ao passo que existem outras vertentes do feminismo que acreditam que o meio da luta feminista compete apenas às mulheres.

Logo ao início, a autora nos conta que logo cedo foi chamada de feminista por um de seus amigos, Okoloma. A princípio, por não saber do que se tratava, apenas concordou; e logo depois percebeu tamanho estigma acerca da questão feminista. Isso não  se dá apenas no continente Africano, onde muitos não têm nem educação fundamental completa. Nas próprias redes sociais vemos que muitos descrevem feministas  como “mulheres infelizes que não conseguem arranjar um marido”, assim como “mulheres que odeiam os homens”. Chimamanda, portanto, deixará claro que essas frases não são fatos, ao passo que explicita os motivos de se intitular feminista. (E para os que acham que feminismo é  o contrário de machismo: o sinônimo de machismo é o femismo, ideia que contempla as mulheres acima dos homens.)

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O mais marcante da obra é a maneira que Chimamanda nos aproxima de seu cotidiano na Nigéria. Por vezes diz sobre algum acontecimento em sua vida que fez com que tivesse certeza de que o feminismo era necessário para si, como quando deu dinheiro a um morador de rua e este agradeceu ao homem que a acompanhava, insinuando que aquele dinheiro não estaria em suas mãos por seu mérito, e sim pelo do acompanhante.

Assim como em seu outro livro, “Para educar crianças feministas”, a autora ressalta a ideia de que é necessário mudar a maneira que criamos nossos filhos. Não como uma doutrinação feminista, como muitos pensam, e sim como um novo modo de reflexão para combatermos o mal do machismo pela raiz. Esse tal “combate” iniciar-se-ia fazendo com que as meninas não deixem de fazer coisas por medo do que os homens pensarão, e até mesmo educar os meninos para que não cresçam com a ideia de que demonstrar sentimentos os tornarão vulneráveis.

A leitura de “Sejamos todos feministas” é levíssima – até porque não é um livro extenso. Textos em Facebook não nos trazem conhecimento de lutas sociais; livros que expressam vivências,  sim. Para encerrar o livro, assim como a resenha, Chimamanda finaliza com uma singela frase: “A cultura não faz as pessoas. As  pessoas fazem a cultura. Se uma humanidade inteira de mulheres não faz parte da nossa cultura, então temos que mudar nossa cultura.” Ainda há tempo de mudar!

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SOBRE O AUTOR

Adriano Novaes

Salve, salve galera Senhor Universo na área, sejam bem vindos a essa espaçonave que vai rumo aos confins da cultura pop !

 

 


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