Duas jovens vão para um lugar remoto para desafiar seus limites e tentar se reconectar de alguma forma uma com a outra, quando tudo dá errado e elas precisam lutar pela sua sobrevivência. Este resumo poderia muito bem ser aplicado em A Queda, mas no caso estamos falando de Sem Ar, que segue basicamente e mesma ideia, mas em um outro local.
Na trama, duas irmãs decidem fazer mergulho em um lugar remoto, mas durante o passeio uma das duas fica presa em uma rocha, a 28 metros abaixo d’agua. Sem poder se mover, ela ficará totalmente dependente de sua irmã que terá que lutar por sua vida enquanto ela lida com um nível perigosamente baixo de oxigênio.
O filme é dirigido pelo alemão Maximilian Erlenwein, que também escreve o roteiro ao lado de Joachim Hedén, que por sua vez dirigiu Além das Profundezas (2020), filme sueco com essa mesma premissa, ou seja estamos diante de um remake.
Filmes com esse espaço limitado da ação e a urgência das protagonistas de salvarem suas vidas, faz com que o roteiro tenha que ser extremamente interessante e criativo para bolar situações diversas, que prendam o expectador e nos façam torcer pelo fim satisfatório, coisa que Sem Ar deixa um pouco a desejar.
As situações acabam se complicando e a apreensão vai crescendo mas nunca chega fisgar tanto assim, quanto o já citado A Queda. Outra coisa que acaba deixando a desejar é a relação entre as irmãs Drew (Sophie Lowe) e May (Louisa Krause), muito fica subentendido sobre elas e sua família, o que não é algo ruim necessariamente, mas da forma como é construído o roteiro, acabam faltando elementos de conexão com o drama pessoal delas.
Há tentativas de passagens mais oníricas devido a escassez de oxigênio no fundo do oceano, mas novamente ficam apenas no quase, falta um arrojo maior do diretor de ousar e em entregar algo fora da caixa.
Sem Ar cumpre seu papel de filme de sobrevivência sem grandes alardes ou incômodos mas ao jogar no seguro acaba ficando no lugar comum e afundando em meio a tantos outros filmes do gênero.
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Um rapaz simples de gosto requintado (ou não). Curto de tudo um pouco (cinema, tv, games, hq, música), bom em particularmente nada. Formado em Letras pela Universidade de São Paulo, mas desde os 14 anos formando um bom gosto musical.
